Pedro Bial, 59, faz troça logo de cara quando lhe perguntam se tem pretensão de inovar o formato de talk show na TV aberta brasileira, com a estreia de seu "Conversa com Bial", nesta terça (2).
A atração, com direção artística de Mônica Almeida e direção de conteúdo de Ingo Ostrovski, ocupará o fim de noite da Globo no lugar do "Programa do Jô", que ficou no ar durante 16 anos. "Será o primeiro talk show que terá banda, olha que inovação", ironiza Bial, sobre a onipresença de grupos musicais nesses programas.
O apresentador, que conversou com alguns jornalistas no estúdio da atração dentro da Globo, em São Paulo, diz não ver grandes inovações de formato na atração.
O jornalista e ex-apresentador do "Big Brother Brasil" conta que aprendeu com o escritor Ariano Suassuna (1927-2014) que "na arte não há inovação, mas sim renovação".
"Não viemos inovar nada, mas renovar uma linguagem que já existia", diz. "Fui pedir a bênção ao Jô e ele me disse: 'O que faz a diferença é o cara atrás da mesa. Bote seu jeito."
como um bebê
Segundo ele, o programa será moldado com o tempo. "É um clichê, mas é verdadeiro: um programa de TV, assim como o ser humano, não nasce pronto. Vamos aprender a engatinhar, a fazer as conexões neuronais, no ar."
Bial já gravou entrevistas com o ex-presidente uruguaio José Mujica e bateu um papo com a reclusa cantora Rita Lee, que, ao abordar o tema drogas, questionou também se falariam de açúcar, refrigerantes etc. Com Gilberto Gil, falou sobre a morte.
"Conversa com Bial" também promoverá debates em torno de alguns temas. Para isso, a atração conta com colunistas: o escritor Sérgio Rodrigues, a cantora Karol Conka, o historiador Eduardo Bueno e o economista José Márcio Camargo, entre outros.
Como na concorrência, com dois humoristas apresentadores de late shows -Danilo Gentili, no SBT, e Fábio Porchat, na Record- "Conversa com Bial" também terá humor.
De que maneira isso será feito, Bial ainda não sabe. Poderá ser um dia dedicado ao assunto. A curadoria dessa parte caberá a Renato Terra, que fazia o "The Piauí Herald", e contará com o grupo do Sensacionalista.
Questionado se também fará comentários de temas do noticiário, Bial responde: "Posso até fazer, mas não quero ser impertinente. Sou um pouco refratário com o opinionismo vigente. Comentário não é opinião".
NA TV
CONVERSA COM BIAL
Quando seg. a sex., após o "Jornal da Globo"