Folha de S. Paulo


SP-Arte abre com vendas pontuais e seleção de obras pensada para crise

Não lembra em nada a euforia de tempos idos, mas o pontapé inicial da feira SP-Arte já garantiu algumas vendas pontuais para galerias do alto escalão do cenário artístico nacional.

Mesmo antes da abertura das portas para os super-VIPs, na manhã desta quarta, a galeria Luisa Strina já havia negociado obras de pesos pesados de seu time, como Cildo Meireles, Fernanda Gomes e Marepe, além do colombiano Mateo López.

Não são, no entanto, as peças mais caras desses artistas. Strina diz que são trabalhos que vão de US$ 20 mil a US$ 40 mil, mesmo patamar de grande parte do resto das primeiríssimas vendas desta edição do evento no parque Ibirapuera.

Divulgação
Obra de Éder Oliveira, que está à venda nesta edição da feira SP-Arte, em São Paulo
Obra de Éder Oliveira, que está à venda nesta edição da feira SP-Arte, em São Paulo

De olho na crise, a galeria Millan montou uma parede inteira com pinturas menores, com preços entre R$ 10 mil e R$ 25 mil. Nenhuma venda, no entanto, havia se concretizado ali nas primeiras horas da feira.

Marilia Razuk, com uma tela de Leonilson na faixa dos US$ 350 mil, também aguardava propostas de colecionadores no início da feira.

Mesmo sem revelar preços, a Nara Roesler negociou obras num patamar bem mais elevado nessas primeiras horas —um relevo em acrílico de Abraham Palatnik e uma pintura de Tomie Ohtake.

Na Zipper, a artista colombiana Adriana Duque, que ficou famosa depois que a grife Dolce & Gabbana desfilou fones de ouvido muito parecidos aos criados por ela para suas fotografias de meninas em chave barroca, rendendo até um processo por plágio, virou um fenômeno.

Um dos retratos mais recentes de Duque, de uma menina negra usando fones dourados, teve quatro de suas seis cópias vendidas nos primeiros minutos da feira, cada uma a R$ 58 mil.

Na faixa de preços mais elevada, a galeria Thaddaeus Ropac, com sedes em Paris, Londres e Salzburgo, já negociava a venda de uma escultura do alemão Georg Baselitz por cerca de US$ 3 milhões para um colecionador brasileiro.

Entre os destaques do mercado secundário, que vende peças que já passaram por alguma coleção, estava um Portinari de R$ 1,6 milhão na galeria Pinakotheke Cultural —a obra também já estava sendo negociada.


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