Folha de S. Paulo


Oficina tem rotina virada de cabeça para baixo na série 'Garagem Hot Rod'

Caue Moreno/Discovery/Divulgação
Alexandre Benevides, dono da garagem HCB, em cena da série
Alexandre Benevides, dono da garagem HCB, em cena da série "Garagem Hot Rod", do Discovery

O cliente leva o carro para a oficina. Quer trocar a suspensão traseira e acaba aceitando personalizar as rodas e parte da lataria. O prazo? Seis meses para tudo estar pronto. O problema? Ele vai se casar em 60 dias e quer dirigir o veículo no grande dia.

Para o cliente, não importa o que acontece nesses dois meses desde que o carro esteja pronto no dia marcado. Mas são justamente os percalços para fazer a restauração do veículo —que vão desde importar novas peças a tempo aos problemas de convivência de uma equipe mais do que atarefada na oficina— o foco de "Garagem Hot Rod".

Nesta série brasileira de oito episódios, que estreia nesta sexta (17) no Discovery, a oficina HCB, localizada em Salto (interior de São Paulo) e especializada em restauração e personalização de carros das décadas de 1920 a 1980 —os chamados "hot rods"— tem sua rotina revirada de cabeça para baixo.

"Queria que fosse filmado tudo, desde pagar uma conta no banco, e foi isso o que eu passei para o diretor", diz Alexandre Benevides, dono do estabelecimento.

Ao querer levar ao ar tudo o que acontece na oficina, muitas vezes sobra para o próprio Benevides. Seus funcionários reclamam dos prazos apertados, de como são tratados e até de o chefe dar mais atenção ao celular.

"Eu me inspirei no Boyd Coddington, da série 'American Hot Rods', exibida nos EUA. Ele estava pouco se fu... para o que a câmera estava pegando. Eu busquei isso, não procurei esconder nada das câmeras. Meus funcionários tinham total liberdade para falar o que quisessem", afirma Benevides.

Caue Moreno/Discovery/Divulgação
Alexandre Benevides (dir.), conversa com cliente durante episódio da série
Alexandre Benevides (dir.), conversa com cliente durante episódio da série "Garagem Hot Rod"

Para conseguir dar conta dos cerca de 20 carros que passam pela série, que vão desde um Ford 1932 ao icônico Mustang, a solução encontrada por ele foi dividir a oficina em duas: uma para cuidar dos veículos da atração e outra para os demais clientes.

O motivo dessa divisão foi a logística das filmagens. Como muitos carros precisavam de meses para ficarem prontos, o trabalho neles era filmado a cada uma ou duas semanas. Era quando a equipe tentava realizar o maior número de tarefas, para que as câmeras pudessem gravar.

"Foi difícil encaixar situações em que eu já estava pronto para montar um carro, mas a equipe não podia filma-lo naquele dia, porque os equipamentos estavam montados em outro ponto da oficina. E isso acabava alongando os projetos", explica.

Para evitar contratempos, os clientes já sabiam que, caso o veículo fosse aparecer na série, poderia demorar mais para ficar pronto. Mas não reclamavam. Ficavam satisfeitos em ver o equipamento exibido na TV.

Outro problema por causa dos longos prazos era a continuidade. Para dar uma uniformidade aos episódios, os mecânicos precisavam ir com a mesma roupa, o mesmo penteado e a mesma barba sempre que o carro em que estavam trabalhando voltasse a ser filmado.

Ao todo, as gravações duraram quase um ano e meio, com as câmeras presentes praticamente todos os dias na oficina. "E realmente existe uma evolução nas gravações. Nos primeiros três meses, a gente não tinha uma experiência", avalia o dono da oficina.

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NA TV
Garagem Hot Rod
QUANDO: Discovery, 20h40, Livre


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