A abertura da 4ª MITsp (Mostra Internacional de Teatro de São Paulo), na noite desta terça-feira (14), foi marcada por protestos contra o governo do presidente Michel Temer e o recente congelamento de 43,5% do orçamento da Secretaria Municipal de Cultura.
O evento aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo, em sessão fechada para convidados.
Logo no início da cerimônia, o diretor de produção da mostra, Guilherme Marques, abriu sua fala pedindo o descongelamento da verba, ao que foi recebido com aplausos.
A chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Cultura, Giovanna de Moura Rocha Lima, que representou o secretário André Sturm, teve sua fala interrompida por gritos de "descongela!".
Assessor de gabinete da Secretaria de Estado da Cultura, Rodrigo Mathias, também substituindo o secretário José Roberto Sadek, ouviu gritos de "Fora, Temer" durante seu discurso.
Já a fala de Haifa Madi, representante do Ministério da Cultura, foi completamente abafada pela plateia, que pedia a saída do presidente Temer e o chamava de "golpista".
Maria Estela Nogueira, da Funarte, subiu ao palco para tentar acalmar os protestos, mas ela e Haifa acabaram desistindo e retornando à plateia.
Os titulares das pastas nas esferas federal, estadual e municipal não compareceram à cerimônia.
A atriz e mestre de cerimônias Georgette Fadel, ao pegar de volta o microfone, ouviu da plateia, "ministro covarde [o ministro da cultura, Roberto Freire, que não compareceu]" e respondeu: "Com certeza".
A cerimônia seguiu com apresentação do espetáculo "Avante, Marche!", da companhia belga Les Ballets C de la B.
Ao fim da peça, músicos da Banda Sinfônica de São Paulo que participaram da apresentação de "Avante" levantaram um cartaz com os dizeres "SOS Banda Sinfônica", em referência ao desmonte do grupo por falta de recursos. Outros grupos subiram ao palco com faixas pedindo o descongelamento da verba da secretaria municipal.
No evento, Guilherme Marques também anunciou as datas da próxima MITsp: 1º a 11 de março de 2018 —a edição deste ano quase saiu saiu por falta de verba.
