Folha de S. Paulo


Chico Batera, lenda da percussão, toca com seu trio em SP

Divulgação
O percussionista Chico Batera - Crédito: Divulgação ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Chico Batera, percussionista carioca e cidadão do mundo

Quem gosta de Frank Sinatra, Cat Stevens, Chico Buarque, Doors, Tom Jobim, João Gilberto, Elis Regina e Ella Fitzgerald sabe dizer o que eles têm em comum? Chico Batera tocou com todos eles.

O percussionista brasileiro ganhou o mundo a partir dos anos 1960, na carona da globalização da bossa nova. Mas esse é só um de seus muitos caminhos musicais.

"Tive muita sorte de poder desde muito garoto ver em ação bateristas como Milton Banana, Dom Um Romão e Edson Machado. Foram três grandes escolas que me deram a base da bossa nova, samba e samba-jazz. Com apenas dois anos de instrumento, já tocava na boate mais chique do Rio e dava canja no Beco das Garrafas", conta Batera, referindo-se ao mítico polo boêmio.

Essa versatilidade estará à mostra nesta sexta, no Sesc Belenzinho, com Jefferson Lescowitch (baixo) e Marcos Nimrichter (piano). O "chefe" cuida da bateria e do vibrafone, em um típico trio jazzístico dos anos 1960.

A dimensão da relevância desse percussionista carioca de 73 anos poderá ser avaliada melhor em breve, quando for lançado o documentário "Na Batucada da Vida com Chico Batera", do diretor e músico Mauro Costa Junior.

O que aparece na tela é uma pessoa modesta e bem-humorada. Batera credita sua carreira a estar no lugar certo, na hora certa e com pessoas certas. "Tem mais gente talentosa, mas tive a sorte de estar ao lado dos bambas quando tinha apenas 17 anos. Fui aprendendo com eles."

O bom humor do filme deve marcar também o show em São Paulo. Batera nunca perde chance de contar histórias da convivência com monstros da MPB e do jazz.

Um dos momentos divertidos do filme é quando ele está sentado ao lado de Chico Buarque e Ruy Faria (MPB4), relaxando após o futebol. Ele lembra que passou a entender a situação política na ditadura ao tocar com Chico Buarque em shows então monitorados por agentes federais.

Os Chicos estão juntos desde 1974, quando Batera passou a integrar a banda do amigo. "Só me chamavam para shows em lugares em guerra. Tem bomba? Chama o Batera. Angola, Nicarágua... Se era em Paris, aí chamavam outro", conta o percussionista, para gargalhadas de um descontraído Chico Buarque.

*

CHICO BATERA TRIO
QUANDO: sexta (3), às 21h
ONDE: Sesc Belenzinho, R. Padre Adelino, 1.000, tel. (11) 2076-9700
QUANTO: de R$ 6 a R$ 20
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos


Endereço da página: