Folha de S. Paulo


Ator: Denzel Washington pode tirar a estatueta de Casey Affleck

A disputa na para melhor ator era a que parecia uma das mais previsíveis nesta edição. Casey Affleck seria finalmente reconhecido por dar vida ao desafortunado Lee Chandler, de "Manchester à Beira-Mar".

O Oscar, contudo, pode escapar de suas mãos facilmente: além de terem vindo à tona acusações de assédio sexual contra o Affleck caçula, foi Denzel Washington quem levou o prêmio do SAG, o sindicato dos atores, cujos membros também fazem parte da Academia.

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Mark Rogers/Summit via AP
Andrew Garfield em cena de 'Até o Último Homem
Andrew Garfield em cena de "Até o Último Homem", que concorre a seis Oscar

Andrew Garfield, por "Até o Último Homem"
Aos 33 anos, o britânico ascendeu ao primeiro time do cinema alternando entre produções de respeito (viveu o brasileiro Eduardo Saverin em "A Rede Social") e o protagonismo no malfadado blockbuster "O Espetacular Homem-Aranha". Houve quem criasse antipatia pelo jeitão tolo e ingênuo de seu Desmond Doss, que vai à guerra sem querer tocar numa arma. Mas isso só prova a eficiência do ator, um dos poucos méritos do longa motivacional de Mel Gibson.

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Manchester a beira-mar [Manchester by the sea, Estados Unidos, 2016], de Kenneth Lonergan (Sony). Genero: drama. Elenco: Casey Affleck, Kyle Chandler, Michelle Williams ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Casey Affleck foi contido ao interpretar Lee Chandler em "Manchester à Beira-Mar"

Casey Affleck, por "Manchester à Beira-Mar"
O ator de 41 anos começou à sombra do irmão primogênito (e menos talentoso), Ben Affleck, Poderia ter levado seu primeiro Oscar em 2008 por "O Assassinato de Jesse James", se não estivesse concorrendo com Javier Bardem, de "Onde os Fracos Não Têm Vez". Renova suas chances como um sujeito de feridas mal cicatrizadas, que vai do ressentimento calado à agressividade pura no melancólico "Manchester à Beira-Mar". Mas pesam contra ele acusações de assédio moral e sexual contra mulheres no set, que poderiam tirar seu favoritismo.

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Denzel Washington, que concorre como melhor ator, também assina a direção de
Denzel Washington, que concorre como melhor ator, também assina a direção de "Um Limite Entre Nós"

Denzel Washington, por "Um Limite Entre Nós"
Duas vezes vencedor do Oscar, por "Dia de Treinamento" e "Tempo de Glória", o nova-iorquino de 62 anos rendeu-se à vaidade e assumiu tanto a direção quanto a atuação do drama racial "Um Limite entre Nós". Ainda bem que em termos de direção cinematográfica, o filme não é lá essas coisas; deixa espaço para que Washington entregue uma de suas melhores atuações, como o atormentado pai de família Troy Maxson.

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Em 'La La land', Ryan Gosling é Sebastian, um jazzista apaixonado pela música e por Mia (Emma Stone)
Ryan Gosling como Sebastian, um jazzista apaixonado pela música e por Mia (Emma Stone)

Ryan Gosling, por "La La Land - Cantando Estações"
Numa entrevista de 2015, Josh Brolin tirou sarro de um ator "canadense que insistia em ficar falando com jeito de Robert De Niro". Ele não deu nomes, mas é senso-comum que se trata de Gosling, 36, que começou como ator-mirim no programa "The Mickey Mouse Club", foi abraçado como galã por Hollywood e há mais de uma década se arrisca em papéis sérios: foi indicado ao Oscar pelo professor drogado de "Half Nelson", viveu o motorista calado de "Drive" e agora canta (mas nem tão bem assim) em "La La Land".

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Viggo Mortensen em cena de
Viggo Mortensen vive um paizão bicho-grilo em "Capitão Fantástico"

Viggo Mortensen, por "Capitão Fantástico"
O currículo desse ator de 58 anos pode até contar com a primeira franquia blockbuster do século 21, "O Senhor dos Anéis". Mas Mortensen conseguiu se descolar do Aragorn da saga fantástica: fez duas parcerias com David Cronenberg ("Marcas da Violência" e "Senhores do Crime"), caiu nas graças de diretores latinos como Walter Salles, Lisandro Alonso e Ana Piterbarg, e agora ganha sua segunda indicação ao Oscar pelo irredutível bicho-grilo de "Capitão Fantástico".

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Veja a lista das outras categorias comentadas por profissionais, críticos e colaboradores da Folha.

Melhor filme, por Inácio Araujo
Melhor diretor, por Sergio Alpendre
Melhor filme estrangeiro, por Cássio Starling Carlos
Melhor animação, por Sandro Macedo
Melhor documentário, por Aline Pellegrini
Melhor documentário de curta-metragem, por Lívia Sampaio
Melhor roteiro original, por Francesca Angiolillo
Melhor roteiro adaptado, por Francesca Angiolillo
Melhor atriz, por Teté Ribeiro
Melhor ator coadjuvante, por Guilherme Genestreti
Melhor atriz coadjuvante, por Teté Ribeiro
Melhor fotografia, por Daigo Oliva
Melhor montagem, por Matheus Magenta
Melhor direção de arte, por Guilherme Genestreti
Melhor trilha sonora, por Alex Kidd
Melhor canção original, por Giuliana Vallone
Melhor figurino, por Pedro Diniz
Melhor maquiagem e penteado, por Anna Virginia Balloussier


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