Categoria novata no Oscar, melhor animação distribui estatuetas desde 2002. Mas em nenhum dos 15 anos anteriores a disputa pareceu tão animada (trocadilho irresistível) que nesta temporada. Grande campeã entre as produtoras, a Pixar, com nove estatuetas, não conseguiu emplacar "Procurando Dory", animação de maior bilheteria do ano e sequência de "Procurando Nemo", vencedor em 2004. Mas é a Disney, dona da Pixar, que detém o favoritismo com a superprodução "Zootopia" e sua mensagem antirracista. Confira os candidatos:
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| Kubo empunha espada em cena da animação em stop-motion 'Kubo e as Cordas Mágicas' |
"Kubo e as Cordas Mágicas"
Tecnicamente talvez seja o filme mais impressionante entre os cinco concorrentes. Produzido pelo estúdio "Laika", o mesmo de "A Noiva Cadáver" e "Coraline", "Kubo" é a animação mais longa já realizada com a técnica de stop-motion (101 minutos), e a primeira que leva a assinatura de Travis Knight, o manda-chuva da companhia. Sua trama, com forte influência do folclore japonês, traz a história cheia de magia de um menino que perdeu um olho e vive isolado com a mãe, escondido das tias e do avô, que querem seu outro olho! "Kubo" conseguiu extrapolar sua categoria e também está indicado para a estatueta de efeitos visuais. Após passar sem muito barulho pelos cinemas, está disponível na plataforma Now (R$ 11,90). Pode surpreender na premiação!
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| Cena de 'Minha Vida de Abobrinha', também realizada com a técnica de stop-motion |
"Minha Vida de Abobrinha"
Também realizado em stop-motion, é o filme "adulto" da categoria. Nos Estados Unidos, ganhou a censura (PG-13), que significa que ele é desaconselhável para crianças menores de 13 anos. No Brasil, foi lançado no dia 16/2, no embalo da indicação, com classificação etária de 10 anos. Coprodução franco-suíça, tem como protagonista um menino que mora com a mãe bêbada e violenta. Após um acidente, ele vai parar num orfanato e começa a conviver com outras crianças igualmente à margem da sociedade. Maior azarão entre os cinco, o filme chegou a ser escolhido para representar a Suíça no Oscar de filme estrangeiro.
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| Em 'Moana', a personagem-título busca a salvação de sua ilha; filme concorre também a melhor canção |
*"Moana - Um Mar de Aventuras"
Em ano de "La La Land", "Mo Mo Moana" é o representante musical da categoria, gênero comum aos desenhos da Disney, como os oscarizados "A Pequena Sereia", "A Bela e a Fera" e "O Rei Leão", todos premiados em melhor canção. Além da indicação nesta categoria, "Moana" também concorre na de canção por "How Far I'll Go" – tão chiclete quanto "Let it Go", que rendeu uma das duas estatuetas de "Frozen" há três anos. Moana é a filha do chefe de uma ilha polinésia que resolve cruzar os perigos do oceano para salvar a sua ilha, atingida por uma maldição. Para alguns especialistas, a concorrência interna com "Zootopia", do mesmo estúdio, pode abrir a oportunidade para outro vencedor.
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| Mudo, 'A Tartaruga Vermelha' conta a história de um homem que naufraga numa ilha tropical |
"A Tartaruga Vermelha"
Os estúdios Ghibli podem voltar a vencer o Oscar, o que não acontece desde que em 2003 o cultuado "A Viagem de Chihiro", do mestre Hayao Miyazaki, levou a estatueta. Feito à moda antiga, sem 3D, "A Tartaruga Vermelha" é o primeiro longa de um diretor ocidental (o holandês Michael Dudok de Wit) com o famoso estúdio japonês. Mudo, o filme conta a história de um náufrago que tenta sobreviver em uma ilha e desenvolve uma curiosa relação com uma tartaruga vermelha no caminho. Cheia de lirismo e simbolismo, a animação já arrebatou a crítica no Festival de Cannes, ganhando um prêmio especial do júri da mostra "Um Certain Regard". Mas ainda parece um pouco demais para a Academia. Corre por fora.
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| A coelhinha Judy Hopps, primeira policial de sua espécie, protagoniza 'Zootopia', favorito da seção |
"Zootopia"
Não há muita sutileza nesta animação da Disney, que custou cerca de US$ 150 milhões e já recolheu mais de US$ 1 bilhão ao redor do mundo. Possivelmente tem o pior roteiro entre os cinco candidatos. Então, o que faz de "Zootopia" o favorito? Bem, além do sucesso financeiro, tem a tal da "mensagem"! A história de uma coelha que pretende ser a primeira policial de sua espécie em uma cidade onde todos os animais convivem em aparente harmonia começou a ser encarada como um discurso anti-Donald Trump e sua política de repressão a estrangeiros (apesar de ter sido lançada bem antes das eleições). A animação tem 11 indicações no Annie Awards, espécie de Oscar do gênero. É o favorito, mas está longe de ser imbatível.
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Veja a lista das outras categorias comentadas por profissionais, críticos e colaboradores da Folha.
Melhor filme, por Inácio Araujo
Melhor diretor, por Sergio Alpendre
Melhor documentário, por Aline Pellegrini
Melhor documentário de curta-metragem, por Lívia Sampaio
Melhor roteiro original, por Francesca Angiolillo
Melhor roteiro adaptado, por Francesca Angiolillo
Melhor ator, por Guilherme Genestreti
Melhor atriz, por Teté Ribeiro
Melhor ator coadjuvante, por Guilherme Genestreti
Melhor atriz coadjuvante, por Teté Ribeiro
Melhor fotografia, por Daigo Oliva
Melhor montagem, por Matheus Magenta
Melhor direção de arte, por Guilherme Genestreti
Melhor trilha sonora, por Alex Kidd
Melhor canção original, por Giuliana Vallone
Melhor figurino, por Pedro Diniz
Melhor maquiagem e penteado, por Anna Virginia Balloussier