Folha de S. Paulo


Em Berlim, brasileiros fazem manifesto por políticas para o cinema

A delegação de cineastas brasileiros que está no Festival de Berlim deste ano escreveu um manifesto com críticas ao governo Temer e reivindicações para que permaneçam as políticas públicas em defesa da produção nacional.

O manifesto foi lido na tradicional recepção promovida todos os anos durante a mostra de cinema pela Embaixada do Brasil na Alemanha.

"Estamos vivendo uma grave crise democrática no país" é como começa a carta, que fala em direitos de educação, saúde e trabalhistas "duramente atingidos".

O texto também menciona o êxito que o país vem tendo em festivais estrangeiros –só neste ano, bateu um recorde de décadas e emplacou 12 produções em Berlim—, e pede pela manutenção das políticas públicas de fomento à produção, particularmente a autoral.

Uma versão da carta foi lida pelos diretores presentes na Embaixada: Daniela Thomas, Laís Bodanzky, Julia Murat, Cristiane Oliveira e Felipe Bragança.

Boa parte da produção nacional está apreensiva com a troca de comando na Ancine (Agência Nacional do Cinema), responsável pela elaboração dessas políticas. O atual diretor-presidente, Manoel Rangel, deixa o cargo em maio, após 12 anos na entidade.

Na quinta (16) ocorrerá a exibição de "Joaquim", de Marcelo Gomes, o único dos 12 títulos nacionais que está na competição principal da Berlinale. À Folha, o diretor antecipou que uma forma de protesto político "foi discutida" entre os cineastas, mas não deu mais detalhes.


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