Folha de S. Paulo


Em sua 74ª edição, Globo de Ouro enrijece regras contra subornos

A organização do Globo de Ouro disparou um comunicado a seus quase cem membros, todos eles jornalistas estrangeiros em Hollywood: devolvam pelo menos um dos frascos de perfume que ganharam de Tom Ford neste Natal.

Cada um dos vidros vale cerca de US$ 90 e são assinados pelo estilista -que também é diretor de cinema e concorre pelo filme "Animais Noturnos".

A história veio à tona em reportagem da "Hollywood Reporter", que revelou que Ford havia mandado dois frascos para cada correspondente. Não se sabe se algum deles devolveu, mas o mimo pode ter dado resultado: Ford é um dos indicados a melhor diretor neste ano.

O comunicado faz parte das medidas que a Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood implementou nesta 74ª edição para apagar a fama de chapa-branca e condescendente com a indústria.

Desde 1982, pelo menos, jornais apontam suspeitas de favorecimentos, como convites a hotéis de luxo feitos pelos grandes estúdios (a Sony, por exemplo, em 2011) ou almoços na sede da associação pagos por produtores indicados (Harvey Weinstein).

Agora, os votantes são impedidos de ter qualquer contato com os agentes dos filmes entre a indicação e a votação final, o que inclui frequentar festas, almoços, jantares e coquetéis. Também não podem ter contato individual com os indicados, como em entrevistas exclusivas.

Outras alterações dizem respeito à forma da premiação: um drama com toques de comédia, por exemplo, deve ser inscrito como drama (um prêmio teoricamente mais concorrido).

Essa é para não repetir o que aconteceu na última edição, quando "Perdido em Marte" venceu na categoria de comédia embora fosse um drama com alguns poucos momentos engraçados.


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