Folha de S. Paulo


CRÍTICA

Intervenção em 'Masha' revela-se grande fiasco

Masha é uma garotinha de três anos com energia de sobra para causar todo tipo de confusão. A carinha de anjo serve só como disfarce, porque ela gosta é de causar.

Suas estripulias, transmitidas em mais de cem países, já viraram febre na internet e na televisão, especialmente entre crianças menores. Para se ter uma ideia, o canal oficial em português da série no YouTube tem cerca de 550 milhões de visualizações mensais.

Tanto sucesso encurtou o caminho de "Masha e o Urso" rumo aos cinemas no Brasil. A animação de origem russa foi parar nas telonas por meio de uma parceria entre a Paris Filmes, o SBT e a D21.

O longa reúne episódios inéditos do desenho animado, que trazem as aventuras da menininha ao lado de seu melhor amigo, o urso, e de outros bichos da floresta.

Até aí, nenhuma grande novidade. Poucos diálogos, muita ação e música, algumas boas tiradas, visual bastante sedutor e um conjunto capaz de agradar aos pequenos de, no máximo, quatro anos.

Mas o filme oferece um diferencial, uma "ação inédita no cinema brasileiro": a cada duas ou três historinhas, a onipresente Maisa Silva e a nada carismática Silvia Abravanel interagem com o público em um cenário aleatório.

A proposta revela-se um fiasco. Frases como "agora vamos ver se todos prestaram atenção?" e "muito bem galerinha!" chegam perto de provocar vergonha alheia e transformam a experiência numa espécie de overdose do "Bom Dia & Cia" –o programa matinal de desenhos do SBT.

Com esse "plus" totalmente desnecessário, não vale a pena pagar ingresso para ver "Masha e o Urso" nas salas de exibição. Apesar de a animação ser bonitinha e ter um conteúdo interessante, haja paciência para aguentar 72 minutos das travessuras da garotinha na tela. Um exagero.

Quando a maratona parece acabar, Maísa surge do além e diz: "Vamos assistir mais?". Não, ainda não acabou. Mesmo para crianças, a linha de chegada ficou longa demais.

MASHA E O URSO
DIREÇÃO Oleg Kuzovkov
PRODUÇÃO Rússia/Brasil, 2016, livre
QUANDO estreia nesta quinta (8)
AVALIAÇÃO ruim


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