Folha de S. Paulo


Ator que interpretou Spock vendia aspiradores e aquários quando jovem

Leonard Nimoy, o Sr. Spock da série "Star Trek", repetia em diversos episódios que desejava "uma vida longa e próspera" a seus afetos. É a mesma vontade de seu filho, Adam Nimoy, diretor do documentário "For the Love of Spock": perenizar a existência e a sorte do personagem meio humano, meio vulcaniano.

Nimoy pai morreu em fevereiro de 2015 –um ano antes da série "Star Trek", lançada em 1966, comemorar seu 50º aniversário. Ainda estava vivo quando Nimoy filho propôs o documentário sobre o personagem –ou melhor, sobre "o significado de Spock para o homem [Leonard]", diz Adam na manhã de sexta-feira (2), durante a exibição do longa na Comic Con 2016.

Financiado coletivamente por fãs que doaram mais de 600 mil dólares para a aquisição dos direitos de reprodução de material de emissoras de TV, o documentário extrapola o cientista de orelhas pontudas e sobrancelhas na posição diagonal. Para explicar o personagem, diz Adam no documentário, era preciso entender o ator.

Com depoimentos de William Shatner (o capitão Kirk da série original), Zachary Quinto e J.J. Abrams (respectivamente, o Spock e o diretor da versão século 21 de "Star Trek"), entre outros, o documentário parte do jovem que não teve apoio dos pais para estudar artes dramáticas e, para bancar seu sonho, vendia aspiradores de pó e aquários para consultórios de dentistas.

Nesse tempo, fazia pequenas pontas em filmes B e séries de TV, até que foi chamado para dar vida a Spock em "Star Trek", série que durou, em sua versão original, apenas três temporadas, mas cujo personagem se tornou um ícone da cultura pop –a ponto de ter seu nome ligado de brinquedos a comerciais de cerveja.

Adam, apesar do evidente parentesco com o personagem retratado no documentário, não se furta a tratar de assuntos espinhosos, como o problema com álcool do pai, sua ausência enquanto a série estava no ar, e a relação conturbada entre ambos.

O documentário já está disponível nos EUA, em plataformas digitais. No Brasil, deve chegar no começo de 2017.


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