Folha de S. Paulo


MinC reprova contas da Orquestra Sinfônica Brasileira e Flip na Rouanet

A Associação Casa Azul, que produz a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), a Orquestra Sinfônica Brasileira e os diretores teatrais Möeller e Botelho estão entre os que terão de devolver recursos captados via Lei Rouanet.

Ao todo, o Ministério da Cultura solicitou a devolução de cerca de R$ 4,7 milhões referentes a 11 projetos que tiveram suas contas reprovadas. A lista foi publicada nesta sexta (18), no Diário Oficial da União.

Cícero Rodrigues/Divulgação
O baixo-barítono Kevin Deas e a soprano Angela Brown cantam trechos de
O baixo-barítono Kevin Deas e a soprano Angela Brown cantam trechos de "Porgy and Bess", de Gershwin, em concerto da Orquestra Sinfônica Brasileira, na Cidade da Música, no Rio, no dia 17/3/2014.

Todos os projetos têm um prazo de dez dias para recorrer da decisão. Caso a prestação de contas seja definitivamente reprovada, ficarão inabilitados a propor projetos culturais por três anos.

Da Casa Azul, solicita-se a devolução de R$ 55.375,53 relativos à organização da Flip 2013. Dos diretores Möeller e Botelho, à época associados à Aventura Entretenimento, questiona-se a turnê do espetáculo musical "Beatles num Céu de Diamantes" (da qual se exige a devolução de R$ 70.631,38).

Já da Orquestra Sinfônica Brasileira, são dois os projetos reprovados: o plano de atividades relativo ao período entre setembro de 2009 e agosto de 2010, e a temporada de 2012 –no total, o valor a ser devolvido por ambos é de R$ 2,3 milhões.

OUTRO LADO

A Associação Casa Azul, que realiza a Flip, enviou nota à imprensa, dizendo que "obedece estritamente às regras estabelecidas pelo Ministério da Cultura e recorrerá da decisão". "O valor corresponde a R$ 55.375,53, ou menos de 1,3% do orçamento aprovado para a realização da 11ª festa literária, em 2013. Os demais 98,7% ou R$ 4,25 milhões captados foram julgados regulares, sem ressalvas."

Em nota, os produtores da Aventura entretenimento dizem que foram "surpreendidos hoje com essa publicação no Diário Oficial, uma vez que respondemos a diligência relativa a esse projeto em outubro de 2015. Vamos analisar a questão e responder ao Ministério da Cultura".

A reportagem entrou em contato com a Orquestra Sinfônica Brasileira, mas não obteve resposta até a publicação desta nota.


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