Folha de S. Paulo


MinC anuncia a organização social que irá gerir a Cinemateca Brasileira

O Ministério da Cultura anunciou nesta quarta-feira (9), no Diário Oficial da União, a escolha da Acerp (Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto) para gerir as atividades da Cinemateca Brasileira.

Em comunicado o secretário do Audiovisual, Alfredo Bertini, afirmou que a atuação da organização social pretende permitir maior flexibilização em relação à gestão de recursos humanos e à burocracia.

A Acerp, que poderá receber repasses de até R$ 3,5 milhões entre 2017 a 2019, terá entre suas incumbências a operação de espaços de exposição e salas de exibição na Cinemateca, a catalogação, conservação e digitalização de itens documentais, a restauração física de cópias de filmes, entre outros.

A contratação de uma organização social para gerir o instituto foi justificada pela necessidade de acompanhar o crescimento do cinema nacional e dos investimentos públicos para o setor.

Danilo Verpa/Folhapress
SAO PAULO - SP - 20.04.2013 - Cinemateca Brasileira, em Sao Paulo, que tem diversos postos de trabalho vazios, devido a onda de demissoes ocasionada pela crise administrativa. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, ILUSTRADA)
A Cinemateca Brasileira, em São Paulo, que será gerida pela Acerp

"Da preservação à difusão qualificada do audiovisual (com ênfase no audiovisual brasileiro), o plano de trabalho de três anos, conforme apresentado no edital, deverá necessariamente prever a contratação de equipes especializadas nas diversas áreas de atuação da Cinemateca, além da manutenção da infraestrutura conquistada nos últimos anos e a projeção de um plano de sustentabilidade para o novo modelo de gestão", afirmou a coordenadora-geral da Cinemateca, Olga Futemma.

Olga, 65, foi uma das exoneradas em julho, quando o MinC, já sob comando do atual ministro Marcelo Calero, demitiu 81 pessoas da instituição. Ela foi reconduzida ao cargo após a publicação de um manifesto com mais de 1.300 assinaturas criticando a demissão da cúpula da Cinemateca e da revelação de uma denúncia de estelionato contra Oswaldo Massaini Filho, apontado para sucedê-la.

Em agosto, ela afirmou em entrevista à Folha que o modelo de gestão é discutido há seis anos. "A organização social selecionada terá que ter conhecimento profundo. Não é mera administração. Tem de se ter muito claro o que priorizar", afirmou na ocasião.


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