Folha de S. Paulo


Assassinato de Daniella Perez foi traumático

Dizer que o crime abalou o Brasil é pouco. Nem mesmo na ficção sabia-se de um caso parecido: um ator (Guilherme de Pádua) matar uma atriz (Daniella Perez), filha da autora (Gloria Perez) da novela em que ambos trabalhavam, com requintes de crueldade (18 estocadas, oito delas no coração) e por motivos inexplicáveis.

Guilherme e Paula premeditaram tudo, o que inviabilizou a alegação da defesa de que teria sido um crime passional. Ela se escondeu por baixo de um lençol no banco traseiro do carro dele; ele adulterou a placa com fita adesiva.

Abordaram Daniella quando esta parou seu carro num posto de gasolina, saindo de uma gravação na Barra da Tijuca, no Rio. Guilherme derrubou a atriz com um soco e a levou para uma rua deserta. Lá, os assassinos foram vistos por um transeunte, que chamou a polícia.

Antônio Batalha/Folhapress
A atriz Daniela Perez posa para foto no Rio de Janeiro, RJ. (Rio de Janeiro, RJ, 12.09.1992. Foto de Antônio Batalha/Folhapress)
A atriz Daniella Perez, assassinada em 1992 por colega ator da novela 'De Corpo e Alma'

Até hoje não se sabe por quê: Guilherme estaria ressentido por ver seu papel diminuído na novela; Paula teria ciúmes de um possível envolvimento do marido com a atriz; ambos estariam envolvidos com rituais de magia negra.

Os dois foram presos no dia seguinte, depois de prestarem condolências à família da vítima. Foram condenados por homicídio duplamente qualificado: motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.

E foram libertados em 1999. Paula mudou de nome e sumiu. Guilherme virou evangélico. Estão soltos por aí, mas marcados para sempre.


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