Folha de S. Paulo


Coleção Folha traz a união de romance e espionagem de Graham Greene

Entre ser um romance de guerra ou história de triângulo amoroso, "O Americano Tranquilo" é um pouco dos dois e consegue apresentar um entretenimento sofisticado e agradável. O livro é o volume 25 da Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura e chega às bancas no próximo domingo (18).

O britânico Graham Greene (1904-1991) publicou cerca de 60 romances. Formado em Oxford, trabalhou como jornalista e fez diversas viagens à África para reportagens. Esse trânsito internacional atraiu a atenção do MI6, o serviço secreto britânico, para o qual o escritor trabalhou durante a Segunda Guerra Mundial.

Por isso, as obras de Greene passaram a retratar o mundo da espionagem, quase sempre em países exóticos.

Reprodução
ORG XMIT: 335201_0.tif O escritor Graham Greene. (Reprodução)
O escritor Graham Greene, autor de "O Americano Tranquilo"

"O Americano Tranquilo", lançado originalmente em 1955, é ambientado no Vietnã em guerra, em 1952. Não a guerra com os americanos, mas a anterior, anticolonialista, contra os franceses.

Thomas Fowler, um jornalista inglês cinquentão que cobre os conflitos, se apaixona por uma vietnamita e descobre que ela o trai com seu melhor amigo, Alden Pyle, o americano tranquilo do título da obra. Que, na verdade, é um agente da CIA.

Além da leitura principal da trama, do triângulo amoroso, a obra antecipa um pouco a escalada intervencionista dos Estados Unidos na região. A ação militar americana no Vietnã que viria na década seguinte acabou dando maior popularidade para "O Americano Tranquilo".

Como acontece em muitos livros de Greene, a exemplo de "O Fator Humano" e "O Cônsul Honorário", o texto oferece enorme potencial para adaptações ao cinema.

"O Americano Tranquilo" teve duas: em 1958, Joseph L. Mankiewicz dirigiu Michael Redgrave no personagem do jornalista e Audie Murphy como o americano. Em 2002, sob direção de Phillip Noyce, Michael Caine interpretou Fowler. Brendan Fraser ficou com o papel de Pyle.

Na apresentação do volume da coleção, o escritor e cronista da Folha Carlos Heitor Cony analisa: "É ao mesmo tempo um grande romance e um entretenimento sutil e inteligente. Tendo como cenário o Vietnã em um dos momentos mais importantes da sua história, o autor consegue disfarçar a fórmula consagrada na literatura universal: ele, ela e o outro. Ou seja, o triângulo amoroso numa de suas mais perfeitas manifestações".


Endereço da página: