Folha de S. Paulo


Qualidade artística anima público de festival erudito em Ilhabela

O Festival Vermelhos, realizado entre sexta (9) e domingo (11) no Teatro da Floresta, em Ilhabela, litoral norte de São Paulo, foi encerrado com uma sinfônica completa –cem músicos regidos por Cláudio Cruz, e com Antônio Meneses no violoncelo.

Durante os três dias, um quê de Woodstock pairou pelo Complexo Cultural Baía dos Vermelhos –embora bem mais comportado e erudito que o evento de 1969. No local com vista para a mata atlântica, foram construídos dois palcos para espetáculos –além do da Floresta, o conjunto abriga um anfiteatro de cerca de 300 lugares.

A paisagem natural poderia ter roubado a cena, mas a qualidade dos artistas e músicos entusiasmou o público. A relação entre arte e natureza foi mote de várias apresentações.

"A música barroca é dita como inspirada nos sons da natureza. Aqui é o melhor espaço para isso", disse o maestro e violonista Emmanuele Baldini, ao apresentar o programa de sábado (10), com Bach e Vivaldi executados pela Camerata Baldini.

Concebido para ser um festival de música e artes cênicas, faltou mais teatro e dança. A única representante desta última foi a São Paulo Companhia de Dança que, na sexta, estreou "Carmen", criada por Marcia Haydée.

Os bons contatos dos organizadores do festival garantiram cachês "camaradas" para o evento realizado sem patrocínios. O dinheiro veio do bolso do advogado Samuel Mac Dowell de Figueiredo, idealizador do teatro, e algumas contribuições de amigos.

A organização avalia um público de cerca de 3.000 pessoas no festival. Como a entrada foi grátis, sem ingressos, os números não são precisos.


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