Folha de S. Paulo


No Festival de Toronto, Nate Parker evita falar de acusação de estupro

Num esforço para desviar o foco de uma acusação de estupro da qual já se defendeu nos tribunais, o diretor Nate Parker e o elenco de "The Birth of a Nation", filme que estreou em Sundance em janeiro e acaba de ser exibido no Festival Internacional de Cinema de Toronto, demoraram quase uma hora para abrir a entrevista coletiva para perguntas.

Essa foi a primeira vez que Parker encarou uma sala cheia de jornalistas desde que veio à tona a acusação de que ele e um colega de faculdade teriam estuprado uma garota em 1999 —ele foi absolvido, mas o amigo, Jean Celestin, que ajudou a conceber o filme, chegou a ser condenado em primeira instância.

Parker evitou comentar o episódio e também não falou sobre a morte recente da vítima, mas afirmou que a Fox Searchlight, distribuidora do filme sobre o escravo e líder abolicionista Nat Turner, está organizando uma turnê promocional em torno da obra que passará por igrejas e universidades até a estreia em circuito comercial em outubro.

"The Birth of Nation" era considerado um forte candidato ao Oscar do ano que vem, turbinado pela campanha contra a ausência de negros na premiação que explodiu no início deste ano, mas o escândalo do estupro pode ter sepultado as chances do filme.

Uma exibição chegou a ser cancelada pelo American Film Institute, mas o Festival de Toronto manteve o longa na programação. "Todos precisam decidir como vão relacionar a arte ao artista", disse Cameron Bailey, diretor do festival. "É um filme poderoso que conta uma história importante que não vemos com frequência."


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