Folha de S. Paulo


Mostra interativa leva Alice de Lewis Carroll a shopping de São Paulo

Deitados de bruços sobre um gramado sintético, jardineiros/cartas de baralho tentam se esconder da rainha ao lado de uma árvore cuja copa tem forma de coração. As folhas de mentirinha sustentam um letreiro com a frase "esta deveria ser uma roseira vermelha", mas o que se vê são rosas brancas iluminadas por sensores. Ao serem tocadas, no entanto, as flores ganham cor de carmim. Na sequência, ouve-se o grito de "Cortem-lhe a cabeça!".

Adentrar o jardim hi-tech da Rainha de Copas é um dos convites da "Experiência Alice", prevista para entrar em cartaz no dia 6 de outubro, no shopping JK Iguatemi, em São Paulo. A exposição interativa, dedicada exclusivamente ao personagem criado por Lewis Carroll em 1865, foi idealizada e concebida no Brasil. A mostra é inspirada na versão animada da Disney de "Alice no País das Maravilhas" (1951).

Divulgação
Mostra leva Alice a país do shopping center
A mesa de chá do Chapeleiro Maluco, um dos ambientes da exposição

Os ingressos (R$ 35) estarão à venda a partir de quarta (7) e parte da renda será destinada aos projetos sociais da ONG Orientavida, que transforma em artesãs mulheres carentes da região do Vale do Paraíba. A organização também venderá almofadas, caderninhos e bolsas de tecido inspirados em Alice.

Um labirinto de páginas com desenhos e edições raras do livro, como a de Salvador Dalí, em 1969, compõem a entrada da mostra.

A primeira das 15 salas é a única assinada. Com curadoria de Adriana Peliano, presidente da Sociedade Lewis Carroll do Brasil, tem o objetivo de introduzir o público ao universo editorial produzido em torno da protagonista e instigar a viagem que vem pela frente. "É um convite à mostra, que desloca a personagem para uma releitura contemporânea a partir de recursos tecnológicos", afirma.

A mostra lança mão, por exemplo, de projeções e vídeo mapping combinadas a técnicas de ilusão de ótica, como espelhos que fazem crescer ou encolher o observador.

Realizada com apoio do Ministério da Cultura, que aprovou a captação de cerca de R$ 6 milhões por meio da Lei Rouanet, "Experiência Alice" tenta impor o "padrão MIS", isto é, seguir o rastro de iniciativas que perseguem o modelo implantado pelo Museu da Imagem e do Som em 2013, aliando estética de impacto e interação sensorial.

Não por acaso a produção cenográfica da mostra é da Caselúdico, responsável por "Castelo Rá-Tim-Bum", que levou 410 mil pessoas ao museu do Jardim Europa em 2014. Naquele ano, inclusive, a Secretaria de Estado da Cultura divulgou um aumento de 12% no público de seus museus –o MIS recebeu, sozinho, 603 mil pessoas.

Em "Experiência Alice", a promessa é que em cada espaço o visitante possa se relacionar com a história ou com algum personagem de maneira diferente. Em uma estrutura de 800 m² –"Castelo Rá-Tim-Bum" ocupou 600 m²â€“ portas se abrem sozinhas, botões disparam conteúdo de áudio e um escorregador leva o público para a toca do coelho. Um cantinhos para selfies também foi reservado. "É uma experiência em primeira pessoa. A partir da segunda sala, o visitante se transforma em Alice e vivencia etapas do clássico", diz Marcelo Jackow, diretor criativo da Caselúdico.

Se fizer sucesso, o formato deve ser exportado para outros países. "Alice é um personagem atemporal, com admiradores de todas as idades e que se mantém em evidência pela magia e envolvimento de sua história", diz Renata Zitune, gerente de marketing do JK Iguatemi.

EXPERIÊNCIA ALICE
QUANDO de 6/10 a 30/11. Seg. a sáb., das 10h às 21h; dom. e feriados, das 11h às 19h.
ONDE shopping JK Iguatemi, av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041
QUANTO R$ 35


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