Folha de S. Paulo


Scorpions volta ao Brasil em setembro para celebrar 50 anos de estrada

O placar de 7 a 1 foi um "acidente", mas a Alemanha estava "praticamente invencível" na Copa de 2014.

Essa avaliação é do guitarrista Matthias Jabs, da banda alemã Scorpions, que se apresenta nos dias 3 e 4 de setembro em São Paulo.

A história de vida de Jabs está ligada ao futebol. Quando criança, ele jogava nas categorias de base do Hannover 96, clube de sua cidade natal. "Eu era muito bom", gaba-se ele em entrevista por telefone à Folha.

Ander Gillenea/AFP
Members of German band Scorpions Rudolf Schenker (L) and Matthias Jabs (R) perform at the Miribilla arena in Bilbao on June 30, 2016. / AFP PHOTO / ANDER GILLENEA ORG XMIT: AG13456
Os guitarristas Rudolf Schenker (à esq.) e Matthias Jabs em show em Bilbao, em junho

Mas uma contusão o afastou dos gramados. Para superar o tédio do tratamento, seu pai lhe deu uma guitarra, instrumento que abraçou para nunca mais largar.

A paixão pelo futebol reforça a ligação entre o guitarrista do Scorpions e o Brasil, de onde tem boas lembranças.

O primeiro show do grupo em solo brasileiro foi no histórico primeiro Rock in Rio, em 1985. De lá para cá, a banda já se apresentou em cidades como Belém e Manaus.

O Brasil também recebeu a turnê que seria a despedida da banda, em 2012, mas o grupo estava "se divertindo demais" para acabar.

"Fizemos um anúncio precipitado", diz. "Achávamos que era o momento certo, para não ficarmos velhos demais para o palco."

O sucesso desses shows acabou demovendo a banda da ideia. "Pensamos: 'Quer saber? O B. B. King [lendário guitarrista de blues americano] tocou até os 89 anos.'"

Assim, a turnê de despedida praticamente emendou com a atual, que celebra os 50 anos da banda. O único intervalo se deu para a gravação do último disco, "Return to Forever", de 2015.

Para um grupo há 50 anos na estrada e que já viajou pelo mundo todo poderia ser difícil encontrar motivação, mas Jabs garante que não.

"Por mais que a gente já tenha tocado em São Paulo várias vezes, o público é sempre diferente. Estamos fazendo novos amigos."

Ele conta que, segundo informações do Facebook oficial da banda, 80% das quase 7 milhões de curtidas são de pessoas entre 18 e 28 anos.

"São essas pessoas que normalmente ficam na grade, mais perto de nós. E isso nos espanta, tocamos músicas mais velhas que eles."

Para ficarem juntos tanto tempo, os membros do Scorpions separam vida pessoal da profissional. "As únicas discussões que temos são sobre música. E aí, quando há um desentendimento, seguimos a opinião da maioria."

Isso não quer dizer que tudo esteja bem para todos os membros da banda. O baterista James Kottak está atualmente afastado, tratando de problemas ligados ao alcoolismo. Em seu lugar, Mikkey Dee, ex-Motörhead, assumiu provisoriamente.


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