Folha de S. Paulo


Americana China Moses exibe seu DNA musical pela 1ª vez no Brasil

China Moses teve sorte.Cantora e atriz americana radicada na França, ela herdou não só a beleza e o carisma, mas também muito do talento musical de sua mãe, Dee Dee Bridgewater, uma das grandes intérpretes do jazz.

"Como toda adolescente, não queria ser parecida com meus pais, não queria ser cantora. Foi minha mãe que percebeu essa fagulha artística em mim, que me empurrou para a música. Não me arrependo", diz, rindo, em entrevista à Folha, por telefone.

Sylvain Norget/Divulgação
A cantora China Moses
A cantora americana de jazz China Moses, 38, radicada na França; ela também é atriz

Nesta terça (9), Moses se apresentará pela primeira vez no país, no Bourbon Street, em São Paulo. Em seguida faz três shows pelo festival Sesc Jazz & Blues, no interior: em Piracicaba, na quinta; Jundiaí, na sexta; e Bauru, no sábado.

Segundo ela, o repertório dessa turnê inclui canções do recém-lançado "Whatever", seu sexto disco, gravado em Londres com produção do britânico Anthony Marshall.

"São composições de minha autoria, que ficam em algum lugar entre o jazz, o soul e o blues. Espero que as pessoas gostem. É sempre um pouco assustador cantar sua música para quem ainda não a conhece", comenta.

Esse material autoral abre nova fase na carreira de Moses, que estreou aos 18 anos, em 1996, também interpretando canções próprias. De lá para cá, além de atuar como atriz, apresentou programas de TV e de rádio na França.

Nos últimos anos, a repercussão dos álbuns "This One's for Dinah" (um tributo à cantora Dinah Washington, de 2009) e "Crazy Blues" (2012), centrados em clássicos do jazz e do blues, já a levaram a vários continentes.

"Nunca me considerei uma cantora de jazz, mesmo quando só cantava 'standards' do jazz. Se alguém me disser exatamente o que é uma cantora de jazz, talvez eu mude de ideia. O que é jazz? O que é blues? O que é rock? São apenas direções diferentes que você pode tomar", diz, ressaltando sua afinidade com vários gêneros da música negra.

Aos 38 anos, Moses não aceita que digam que o jazz e o blues já não atraem o público mais jovem. "Música não tem idade, jamais terá. Qualquer pessoa que ama o jazz, como eu, sabe que não há idade para se apreciar essa música. Claro que o jazz sofre por ter sua imagem associada a pessoas mais intelectuais, mas isso é um lugar-comum. Eu não me considero velha."

CHINA MOSES
QUANDO Terça (9), às 21h30
ONDE Bourbon Street Club, r. dos Chanés, 127, tel. (11) 5095-6100
QUANTO de R$ 160 e R$ 190


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