Folha de S. Paulo


Imortais da Academia de Letras lamentam morte de Ivo Pitanguy

Membros da Academia Brasileira de Letras lamentaram a morte do cirurgião plástico Ivo Pitanguy. O cirurgião plástico morreu, aos 90 anos, na tarde deste sábado (6), no Rio de Janeiro.

Pitanguy era o quarto ocupante da cadeira nº 22 da instituição literária desde 1990, quando foi eleito pela relevância de sua obra científica –destacam-se os livros "Direito à Beleza", de 1984, "Aprendendo Com a Vida, de 1993, e "Um Jeito de Ver o Rio", de 1991.

Gabo Morales/Folhapress
SÃO PAULO, SP, BRASIL, 29-11-2012: O cirurgião plástico Ivo Pitanguy durante cerimônia de entrega do prêmio Saúde, da revista Homonima, da editora Abril, no Memorial da América Latina, em São Paulo (SP). (Foto: Gabo Morales/Folhapress, MONICA BERGAMO)
O cirurgião plástico Ivo Pitanguy durante cerimônia de entrega do prêmio Saúde, em 2012

"Nós estamos perdendo um de nossos mais representativos acadêmicos, alguém que honrava a casa. Estou muito impactado, bastante emocionado. Ele era representativo em todos os sentidos, como acadêmico, como amigo e como cidadão. Ele cumpriu o destino dele com a vida que teve", disse o presidente da ABL Domício Proença Filho, que determinou um luto de três dias e o hasteamento da bandeira da Academia a meio mastro.

Em nota oficial da ABL, a secretária-geral Nélida Piñon afirmou que "a trajetória de Ivo Pitanguy comove o Brasil". "Embora sob o domínio humano, como todos nós, seus feitos transcendem. Constituem uma narrativa que abrange a vida de um brasileiro, cujas ações superam o comum dos mortais", disse a acadêmica e escritora.

O escritor Antônio Carlos Secchin também lamentou a morte do colega que "sempre se destacou pela elegância e discrição". "Ele era uma pessoa muito interessante, era um humanista, tinha uma cultura literária muito vasta e não se limitava à medicina."

"Meu Deus! Foi uma das pessoas mais extraordinárias que conheci!", escreveu Paulo Coelho em seu perfil no Twitter, ao compartilhar a notícia da morte de Pitanguy.

Em seu discurso de posse, em 1991, o renomado cirurgião enalteceu sua especialidade e a importância da divulgação científica, dizendo acreditar que o campo do conhecimento que escolheu "encerra uma finalidade transcendente, que é a tentativa de harmonizar o corpo com o espírito, a emoção com a razão", visando a "harmonia com sua própria imagem e com o universo que o cerca".

Na ocasião, Pitanguy foi recebido com discurso do médico e ensaísta Carlos Chagas Filho, que afirmou que o novo imortal "não conquistastes prestígio, fama e glória através de oportunidades desvalidas, mas sim através de um esforço próprio, guiado sempre pelo desejo de realizar o ideal de servir a todos quantos necessitassem de vosso auxílio".


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