Folha de S. Paulo


Crítica

Menina veneno, Fabíola Reipert demonstra dose excessiva de crueldade

O sucesso de "A Hora da Venenosa", quadro do "Balanço Geral", que vem dando pauladas no cambaleante "Vídeo Show" (Globo), talvez esteja no fato de o programa da Record escancarar a maldade e o escracho, abrindo mão, muitas vezes, do compromisso com a verdade.

Comandado por Fabíola Reipert, "A Hora da Venenosa" é um mergulho no mundo de futricas nas tardes da TV aberta, normalmente um horário chocho, convidativo à sesta.

É "trash"? Pode ser. É tosco? Sim, até mesmo de mau gosto em alguns momentos, mas é inegável que seja engraçado e antissonolento.

Fabíola não tem papas na língua. Em doses cavalares, dispara contra todos: de "sub" a "mega" celebridades. Ri, igualmente, de todos eles.

Gente fina no armário, affairs, traições, ostentações e barracos são substâncias inflamáveis, processadas com humor e uma dose excessiva de crueldade pela jornalista.

Dessa combustão, as redes sociais se alimentam e dão sobrevida ao serpentário, um amplificador da voz rouca e ácida de Fabíola.

É claro que a fala afiada desagrada a muita gente –não só à Globo. Do ex-jogador à atriz vovó que adora garotinhos, passando por dupla sertaneja em queda, Fabíola é desprezada por muita gente graúda, que não acha graça em seus comentários e exige reparação na Justiça.

Diz a mocinha má em seu site: "Eles esperneiam, desmentem, brigam, ameaçam... Só que depois as histórias se confirmam, aí ficam todos com cara de paisagem".

Por enquanto, a papelada jurídica não amarelou o sorrisão carregado de vermelho de Fabíola. A língua da apresentadora continua mais afiada do que nunca.

Quanto mais o "falem mal, mas falem de mim" prosperar, mais peçonhenta a menina veneno ficará.

A HORA DA VENENOSA
QUANDO Seg. a sex., a partir das 14h (bloco do telejornal 'Balanço Geral SP'), na Record
AVALIAÇÃO Regular


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