Folha de S. Paulo


Oliver Stone diz que 'Pokémon Go' é parte de 'capitalismo de vigilância'

O diretor Oliver Stone criticou o novo fenômeno dos games "Pokémon Go" nesta quinta-feira (21), descrevendo o jogo como "um novo nível de invasão" que poderá levar ao totalitarismo.

Durante um painel para seu novo filme "Snowden", no primeiro dia do San Diego Comic-Con 2016, o diretor disse que o aplicativo faz parte de uma cultura mais ampla de "capitalismo de vigilância".

"É o negócio que mais cresce, e eles têm investido enormes quantias de dinheiro no que a vigilância é, que é data-mining", disse Stone ao público.

"Eles coletam dados de cada pessoa nesta sala para obter informações sobre o que você está comprando, o que é que você gosta, e acima de tudo, o seu comportamento", afirmou.

O jogo de realidade aumentada baseado em geolocalização tem causado furor desde que foi lançado no início do mês, e despertou críticas por exigir o histórico de navegação e de e-mail dos usuários do Google.

O jogo também tem sido apontado como a causa de uma onda de crimes e acidentes de trânsito em várias cidades do mundo.

Stone, de 69 anos, e ganhador de três estatuetas do Oscar, disse que o "Pokémon Go" se trata de um "retrocesso" na cultura da vigilância.

"Isso é o que algumas pessoas chamam de capitalismo de vigilância. É o seu novo palco", afirmou.

"Vocês vão ver uma nova forma de sociedade robô, onde eles vão saber como você quer se comportar e vão fazer protótipos que combina com o que você acredita e com o que te completa. Isso é o que se chama de totalitarismo", acrescentou.


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