Folha de S. Paulo


Com 'Tarzan', Alexander Skarsgård vive seu primeiro personagem de peso

"Quando eu tinha 13 anos, quis desistir de ser ator", lembra o sueco Alexander Skarsgård.

O pai, Stellan Skarsgård (ator já consagrado por filmes como "Ninfomaníaca"), explicou que essa é mesmo uma carreira muito difícil e que talvez o jovem nunca ganhasse nenhum dinheiro –era uma situação comum entre os atores de teatro na Suécia. Mas Alexander resolveu arriscar.

O sucesso dele veio mesmo um pouco tarde. O ator tem uma carreira mais sólida na televisão (interpretou o vampiro Eric Northman nas sete temporadas da série "True Blood", da HBO). Mas, à beira dos 40 anos, que completa no dia 25/8, vive seu primeiro personagem de peso no cinema, como protagonista de "A Lenda de Tarzan", que estreia nesta quinta (21).

Divulgação
Cena do filme
Cena do filme "A Lenda de Tarzan"

Skarsgård não hesitou em participar do filme. Seu pai era fã do personagem e costumava ir a matinês para assistir aos longas clássicos de Tarzan, quando o homem da selva era interpretado por Johnny Weissmuller. A admiração foi passada a Alexander quando ele tinha seis anos. "Eu cresci em Estocolmo, onde não tem muitas árvores, mas eu brincava no meu prédio, fingindo que era Tarzan e escalando muros e terraços."

O filme, contudo, não mostra exatamente o selvagem clássico. Sob direção de David Yates (da franquia "Harry Potter"), Skarsgård vive um Tarzan às avessas: ele começa o filme já como um homem civilizado, o burguês John Clayton, que vive em Londres no fim do século 19 e é casado com Jane (interpretada por Margot Robbie). "Me surpreendi quando recebi o roteiro e, na primeira página, Tarzan estava de terno, tomando chá com o primeiro-ministro britânico", diz.

O protagonista, porém, precisa voltar ao Congo, onde cresceu entre os gorilas, quando suspeita que um rei belga está colonizando o país africano e escravizando a população. Ele tem a ajuda do político norte-americano George (Samuel L. Jackson), mas cai na armadilha do inescrupuloso Leon Rom (Christoph Waltz), que vasculha a região, por ordem do rei europeu, à procura de diamantes.

Apenas trechos da história já conhecida aparecem em memórias dos personagens. "O roteiro de Adam Cozad mostra a história ao contrário. Eu tive que interpretar um homem que volta a ser o Tarzan. Fiquei muito animado com o projeto."

Nesse blockbuster, ele precisou fazer uma dieta rigorosa e gravar cenas que seriam retocadas com computação gráfica. "Eu tive que lutar com um gorila. Mas, na verdade, ele era um dublê que vestia uma roupa com enchimento, para ter o tamanho do bicho. Parecia um lutador de sumô."

Skarsgård, porém, não quer saber só de projetos grandes: consegue escolher e prefere intercalá-los com filmes independentes. A dificuldade da profissão, afinal, não o atingiu tanto assim.


Endereço da página:

Links no texto: