Folha de S. Paulo


Filme 'Dois Caras Legais' recupera espírito de 'Máquina Mortífera'

Russel Crowe e Ryan Gosling, quem diria, têm muita química e um tremendo talento cômico. É o que provou o filme "Dois Caras Legais", misto de comédia e suspense, exibido na manhã deste domingo (15) no Festival de Cannes —uma sessão pipoca em meio aos filmes mais sérios da competição.

Dirigida por Shane Black, um dos pais dos filmes de ação e criador de "Máquina Mortífera", "Dois Caras Legais" tem muito do espírito despojado da tetralogia de filmes estrelados por Mel Gibson e Danny Glover, mas transportados para o mundo de neon da Los Angeles de 1977.

Crowe vive um troglodita violento que presta serviços sob aluguel. Gosling é um detetive particular bem-intencionado mas atrapalhado. Os dois têm de se juntar para investigar o desaparecimento de uma atriz pornô. Dos estilos opostos brota boa parte da graça do filme nesta comédia de ação cheia de tiros, explosões e perseguições.

"É um filme que subverte a ideia de uma comédia, porque tem esse pano de fundo sério, que algo raro nas comédias tradicionais", disse Gosling logo após a exibição do filme. "É uma comédia-thriller", definiu o diretor, Shane Black.

Segundo o cineasta, ambientar o filme nos anos 1970 ajudava a dar o clima para essa história de detetive. "Foi uma época em que o glamour ainda existia, mas estava caindo em decadência."

Em cena, Crowe e Gosling arrancaram gargalhadas na sessão do filme para a imprensa. "Acho que a razão da química deles é simples", disse Shane Black: "eles se ouvem, e é pos isso que funciona."

O jornalista GUILHERME GENESTRETI se hospeda a convite do Festival de Cannes


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