Folha de S. Paulo


'Trump jamais será presidente', diz George Clooney no Festival de Cannes

Na direção de seu quarto longa, "Jogo do Dinheiro", Jodie Foster apontou a mira para Wall Street e, inevitavelmente, resvalou em Donald Trump e Bernie Sanders. Seu novo filme, exibido em Cannes paralelamente à competição principal, estreia no próximo dia 26 no Brasil.

Na trama, George Clooney vive o apresentador de um programa de TV que dá dicas de investimento na bolsa. Ele e a diretora da atração, interpretada por Julia Roberts, são feitos reféns, ao vivo, por um sujeito (Jack O'Connell) que perdeu dinheiro seguindo os tais conselhos.

"Jogo do Dinheiro" é um thriller que embute um libelo contra a ganância de Wall Street à maneira hollywoodiana. Eram mesmo inevitáveis questões envolvendo Trump (ele mesmo um produto e defensor das grandes corporações) e Sanders (com seu discurso que encampa justamente o oposto).

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Na coletiva que se seguiu à exibição do filme —a mais concorrida de Cannes até agora, devido aos três pesos pesados hollywoodianos na mesa (Foster, Roberts e Clooney)—, ficou com o último o discurso mais politizado.

"Donald Trump jamais será presidente", afirmou o ator. "O medo não vai mover os Estados Unidos. Não compraremos essa ideia de medo das mulheres, de medo dos muçulmanos, dos imigrantes."

Segundo Clooney, a ascensão de Trump é resultado de um dos temas criticados no longa: o limite entre a notícia e o entretenimento. "O filme expõe o desastre sobre como nos informamos nos dias de hoje."

Com "Jogo do Dinheiro", Foster retorna a Cannes 40 anos após a sua primeira participação —na época, como atriz-mirim de "Taxi Driver", que rendeu a Palma de Ouro ao diretor Martin Scorsese e no qual ela interpreta uma prostituta menor de idade.

"Tudo era mais caótico, naquela época, aqui", disse. "Aquele foi o começo da minha carreira como atriz. E agora retornar como diretora é uma honra."

Enquanto Foster encontrou um caminho transitando da atuação para a direção, Roberts disse que nunca cogitaria seguir o mesmo percurso. "Conheço as minhas limitações intelectuais e da minha curta paciência", afirmou.

O jornalista GUILHERME GENESTRETI se hospeda a convite do Festival de Cannes


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