Folha de S. Paulo


Com megaestrutura, Tomorrowland reúne 150 mil e registra uma morte

O calor, a poeira e o ar seco não impediram os fãs de música eletrônica de ocupar o parque Maeda, em Itu, entre os dias 21 e 23 de abril, durante a segunda edição do Tomorrowland. Segundo a organização, 150 mil pessoas compareceram ao megafestival nos três dias.

Mesmo sem esgotar os ingressos, a pirotecnia e a estrutura do evento continuam impressionantes. Os cinco palcos são equipados com telões e holofotes gigantes. Tudo sincronizado com as batidas eletrônicas que explodiam nas caixas de som.

No palco principal, porém, a sensação era de déjà-vu. Remixes de "Hello", hit de Adele, e de "How Deep Is Your Love", de Calvin Harris, eram tocados exaustivamente no palco principal.

Outro protocolo foi homenagear Prince, morto na última quinta (21). No primeiro dia, o cantor foi lembrado por David Guetta, que tocou o clássico "Kiss". Na sexta (22), Afrojack foi mais original e optou por "I Would Die 4 U". Encerrando o festival no sábado (23), a dupla belga Dimitri Vegas e Like Mike escolheu pincelar o seu set com um trecho do megahit "Purple Rain".

No parque Maeda, o amanhã custava caro. As pulseiras recarregáveis que funcionavam como um cartão pré-pago ajudaram a diminuir as filas, mas não o rombo nos bolsos. Tudo era comercializado em "pérolas", a moeda fictícia criada para ser usada durante os três dias do festival. Cada moeda custava R$ 6,25; hoje, a título de comparação, a cotação do Euro sai por R$ 4. Um hambúrguer simples saía por 5 pérolas (R$ 31,25) e um saco de pipoca por 2 pérolas (R$ 12,50).

BACKSTAGE

A temperatura alta não deu margem para "looks" muito elaborados, mas houve ousadias, além da predominância dos clássicos descamisados e do básico regata e bermuda. Roupas customizadas com LED foram a grande sensação.

A aura de terra de fantasia do festival se quebrou com a notícia da morte do mineiro Luiz Ricardo Parreira, 32, que passou mal e morreu na madrugada de sábado (23). Na sexta (22), Luiz foi encontrado inconsciente no gramado do Parque Maeda e teve uma parada cardiorrespiratória. É o primeiro caso de morte de um frequentador na história do festival, criado em 2005 na Bélgica.

Segundo a assessoria, a morte ocorreu fora da área do festival. O corpo foi encaminhado ao IML para análises que irão apontar a causa.


Endereço da página:

Links no texto: