Folha de S. Paulo


Atriz cubana Phedra de Córdoba morre vítima de câncer, aos 77, em São Paulo

Bruno Poletti/Folhapress
Atriz Phedra de Córdoba, que está internada em estado grave
Atriz Phedra de Córdoba, que morreu neste sábado (9) em São Paulo

A atriz cubana Phedra de Córdoba, 77, morreu na noite deste sábado (9), por volta das 22h, em São Paulo. Ela sofria de câncer no pulmão e nos rins e foi levada para o hospital Heliópolis pela atriz e amiga Maria Casadevall e Rodolfo García Vázquez, fundador dos Satyros, após um mal-estar durante a tarde. A data e o local do funeral ainda não foram decididos, de acordo com Ivam Cabral, seu amigo e colega de palco.

Phedra, então Rodolfo, nasceu em Havana em 26 de maio de 1938. Entrou para uma companhia de dança na adolescência, trabalhando com a bailarina Lupi Sevilha. Ao conhecer Walter Pinto, um dos grandes expoentes do teatro de revista brasileiro, se mudou para o Brasil nos anos 1950 —trabalhando, desde lá, com nomes Consuelo Leandro, Hebe Camargo e Nelson Gonçalves. Aos 21, abandonou a identidade masculina, tornando-se Phedra de Córdoba.

Ao longo da carreira, trabalhou com o comediante Costinha e Ewerton de Castro. Ficou conhecida pelo espetáculo com travestis "Les Girls" e por ingressar, em 2003, na companhia de teatro Os Satyros, com quem encenou espetáculos como "A Filosofia na Alcova", "A Vida na Praça Roosevelt" e "Transex". Foi personagem do documentário "Cuba Libre", que viu seu retorno ao país em que nasceu após mais de 50 anos.

Antes da debilidade, Phedra estava no elenco da peça "Pessoas Sublimes", da qual foi obrigada a se afastar. Ela chegou a ser internada no Heliópolis em março, e a condição exigia que, uma vez em casa, fosse acompanhada por uma enfermeiras 24 horas por dia, mantivesse dieta balanceada e visitas médicas constantes, entre outros cuidados.

Também em março,as atrizes Cléo De Páris, Maria Casadevall e Paula Cohen chegaram a montar um espetáculo, "Phedras por Phedras", para angariar dinheiro para os tratamentos da colega cubana. O show foi encenado no Teatro Oficina e pegou como base os diários da atriz para pincelar momentos marcantes de sua vida e de sua carreira.


Endereço da página:

Links no texto: