Folha de S. Paulo


CRÍTICA

Indigesto festival de clichês compromete 'Invasão a Londres'

trailer

Esta sequência do comercialmente bem-sucedido "Invasão à Casa Branca" (2013) retoma os principais nomes do elenco, o patriotismo exacerbado e as linhas gerais do roteiro.

O vilão da vez é um tal Aamir Barkawi (Alon Aboutbol), que se vinga de um bombardeio levado a cabo por forças norte-americanas.

O alvo é a superprotegida cerimônia fúnebre do primeiro-ministro britânico. Para tanto, homens de Barkawi se infiltram na polícia e nas forças armadas britânicas e colocam Londres a ferro e fogo.

Divulgação
Cena de
Cena do filme de ação "Invasão a Londres"

Deixemos de lado a extravagância da trama ""que, entretanto, pode ser encarada como humor involuntário"", mero pretexto para intermináveis cenas de ação repletas de perseguições, tiros e explosões. Mas essa correria toda não convence. Os efeitos especiais da destruição da cidade não parecem reais, mostrando claramente que o filme não contou com o mesmo orçamento do antecessor.

Os problemas continuam com a montagem às vezes confusa, o abuso de planos rapidíssimos, a falta de competência do diretor (o iraniano Babak Najafi, mais habituado à televisão que ao cinema) em usar o plano-sequência, as reviravoltas na trama que ocorrem por meio de telefonemas, a violência levada ao paroxismo, os estereótipos xenófobos. Tudo isso pesa e transforma o filme num indigesto festival de clichês, longe da proposta inicial de oferecer diversão pela diversão.

"Invasão a Londres" fracassa estrepitosamente ao pretender oferecer mais "espetáculo" que o filme que o precedeu com explosões mais destruidoras, combates de corpo a corpo mais dramáticos, terroristas mais demoníacos, mais sangue e cadáveres.

INVASÃO A LONDRES (London Has Fallen)
DIREÇÃO Babak Najafi
ELENCO Gerard Butler, Aaron Eckhart e Alon Aboutbol
PRODUÇÃO EUA, 2016, 14 anos


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