No lançamento de 20 novas salas de cinema bancadas pela prefeitura nos CEUs, os Centros Educacionais Unificados, e outros endereços no centro e na periferia paulistana, Fernando Haddad disse que sua ambição é muito maior.
"Queremos passar a Cinemark e ter o maior número de salas de exibição da cidade [a rede tem 166 salas]", disse o prefeito petista em entrevista coletiva nesta quarta (30). "A prefeitura tem de ser o maior exibidor."
De acordo com Alfredo Manevy, diretor da SPCine, agência municipal de fomento ao cinema, o circuito lançado agora fica em segundo lugar em número de salas atrás da rede comercial que opera em vários shoppings da cidade.
Leon Rodrigues/Secom | ||
Uma das salas de cinema que integram o Circuito Spcine |
Essas novas salas de projeção, no caso, já existiam. São adaptações de teatros nos CEUs que receberam projetores digitais, começando nesta semana pelo CEU Butantã e o CEU Meninos –as demais salas serão abertas até maio.
"Não poupamos em qualidade, compramos o que há de mais moderno", disse Haddad sobre as adaptações que custaram R$ 7,5 milhões à prefeitura. "A escolha dos CEUs visava acelerar o processo, porque as salas já estão prontas."
No total, serão 200 sessões a cada semana, com ingressos que custam até R$ 8 –nos CEUs, a entrada será gratuita.
Uma das ideias da prefeitura é usar esse novo circuito para lançar produções com incentivos públicos que ainda não tiveram distribuição.
Nesse sentido, a programação das salas da SPCine terá uma ênfase no cinema nacional, mas também reservará espaço para filmes estrangeiros de apelo mais comercial.
"Não é o caso de excluir nenhuma cinematografia quando há pessoas que nunca foram ao cinema", disse Manevy, acrescentando que haverá sessões semanais para cineclubes e que curtas serão exibidos antes de cada longa.
Na grade de estreia, estão filmes como a animação "Snoopy & Charlie Brown", o blockbuster "Convergente" e "Mundo Cão", filme de Marcos Jorge com Adriana Esteves e Lázaro Ramos no elenco.
CIDADE CENÁRIO
Também foi anunciada a criação da São Paulo Film Commission, órgão que deve tornar mais ágil a autorização para filmagens na cidade.
O novo decreto dá "poderes reais", nas palavras de Manevy, a um escritório criado em 2007 pelo então prefeito Gilberto Kassab. Segundo o diretor da SPCine, produtores agora poderão recorrer a um único órgão para aprovar suas filmagens em São Paulo, reduzindo a burocracia na tentativa de tornar a cidade mais atraente para o cinema e a TV.
Segundo Manevy, negociações estão em curso com a Netflix, por exemplo, que pretende rodar na capital paulista parte do seriado "Sense8".