Folha de S. Paulo


Naná Vasconcelos é enterrado no Recife com música e multidão

Ao som dos tambores do maracatu, familiares, amigos e fãs deram o último adeus ao percussionista pernambucano Naná Vasconcelos. O corpo do músico foi sepultado nesta quinta-feira (10) em uma cova simples do cemitério de Santo Amaro, na área central do Recife.

Naná morreu na manhã desta quarta-feira (9), aos 71 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória, segundo informou o Hospital Unimed III, no Recife. O percussionista estava internado desde o dia 29 de fevereiro, devido a complicações de um câncer no pulmão.

Antes de chegar ao cemitério, o corpo de Naná saiu da Assembleia Legislativa de Pernambuco, onde estava sendo velado desde esta quarta, e seguiu em um caminhão do Corpo de Bombeiros, acompanhado por centenas de pessoas.

Sob sol forte, os admiradores de Naná caminhavam cantando e dançando. Durante o percurso, moradores e comerciantes aplaudiram o artista.

Fã e amigo de Naná, o cantor Otto seguiu emocionado até o cemitério. "Ele, para mim, foi mais que um artista, foi um pai que me ensinou a ser justo, a valorizar Pernambuco. São mais de 20 anos de amizade, um privilégio para mim, porque ele foi um rei", afirmou, chorando.

Depois de 30 minutos, o cortejo com o corpo de Naná foi acolhido por uma multidão. Em frente ao cemitério, o som do maracatu se misturou ao dos clarins do frevo, lembrando a mistura do Carnaval do Recife. Durante 15 anos, o percussionista foi responsável pela cerimônia de abertura da folia recifense.

"Ele foi o maior de todos os artistas e é uma referência para os que trabalham com música e poesia. Sua música quebrou todas as fronteiras, por isso [Naná] é universal", disse Lirinha, ex-vocalista da banda Cordel do Fogo Encantado.

Naná Vasconcelos foi sepultado no fim da manhã sob gritos de "Viva Naná!" e uma chuva de flores.


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