"Sinfonia Insana" pegou de surpresa quem acompanhava o último Globo de Ouro, em janeiro. Azarão na disputa na categoria de comédia para TV, a produção foi eleita a melhor série do gênero e rendeu o prêmio de melhor ator ao protagonista, Gael García Bernal. A segunda temporada estreia no país na terça (16), no Fox Life.
A visibilidade mundial conquistada por "Sinfonia Insana" ao levar as estatuetas muda o quê? "As pessoas agora vão querer entender o estardalhaço em torno da melhor comédia do ano", responde à Folha o ator Malcolm McDowell, 72.
Ele vive o regente Thomas no seriado sobre os bastidores –com sexo e bebedeiras– da Orquestra Sinfônica de Nova York. Seu posto é usurpado por Rodrigo (García Bernal), um maestro genial e perturbado, convocado para modernizar a orquestra. Em suma, torná-la mais popular.
Não é difícil entender o entusiasmo do ator. A série é uma produção do Amazon Prime, serviço de internet que concorre com a Netflix nos EUA e ainda sem previsão de chegar ao Brasil.
(O canal pago Fox Life está exibindo os primeiros dez episódios, de segunda a sexta-feira, às 22h. A programação continua até esta terça-feira, com a estreia da segundo temporada.)
Em 2015, o Amazon Prime tinha 44 milhões de assinantes nos EUA –alguns milhões a menos do que a Netflix, que então ultrapassava os 50 milhões e estreava a terceira temporada de "Orange is The New Black", desbancada por "Sinfonia" no Globo de Ouro.
GAEL
"É um formato muito novo para a maioria. Não falo de quem vive em grandes metrópoles, como Nova York e Los Angeles, mas do espaço entre as duas cidades, onde as pessoas ainda tentam entender o que é a TV a cabo e todo o resto", comenta McDowell, que diz não acreditar que "muita gente tenha visto a primeira temporada".
McDowell adianta que, na segunda temporada, Thomas deixará a inveja por Rodrigo de lado e se tornará um mentor do antigo rival.
"Eles se desentendiam o tempo todo. Repentinamente, Thomas vira um aliado, ele percebe que Rodrigo é um grande regente e passa a admirá-lo o por seu talento", conta ele.
O elenco viajou ao México –onde nasceu Gael García Bernal– para gravações da segunda temporada. McDowell adorou a terra do colega, "um dos melhores atores com quem já trabalhei. E olha que já trabalhei com muita gente".
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| Malcolm McDowell, que vive Alex DeLarge em "'Laranja Mecânica'", filme dirigido por Stanley Kubrick |
A carreira do ator soma 247 trabalhos, levando em conta cinema e televisão. Ele foi indicado ao Globo de Ouro em 1972 por seu personagem mais marcante: o Alex do clássico "Laranja Mecânica" (1971), de Stanley Kubrick.
"É um grande filme, sobretudo porque veio de um livro atemporal, de Anthony Burgess. É sobre a liberdade de um homem, a escolha entre o bem e o mal", explica.
"Quando estreou, o público ficou horrorizado. As pessoas saíam da sessão totalmente em silêncio. Agora, as pessoas riem, apreciam... Elas o amam."
Três coisas extasiavam o Alex interpretado por McDowell em "Laranja Mecânica": sexo, violência e, curiosamente, música clássica. Mais precisamente Beethoven.