Ao longo de exatos 26 anos no ar, "Os Simpsons" acumulou 31 Emmys, influenciou outras animações (como "Family Guy") e construiu em torno de si certa aura mítica, que lhe rende uma série de teorias da conspiração, hoje potencializadas pela internet.
Com humor marcado pelas referências, o desenho sobre a típica família de classe média americana é habituado a ironizar fatos históricos e culturais e —há quem diga— tem até o poder de "prever" certos acontecimentos.
Um exemplo muito citado para endossar a tese: em um episódio futurista que foi ao ar em 2000, Lisa, que se torna presidente dos Estados Unidos em 2030, precisa resolver um grave sufoco econômico que abalou o país na gestão de seu antecessor, o bilionário Donald Trump.
Hoje, o magnata é um dos principais pré-candidatos republicanos à disputa pela Casa Branca.
Não é tão profético assim. Na época, Trump já havia demonstrado, em entrevistas, interesse em concorrer à presidência e o assunto estava em evidência.
Mas o episódio dá força a outras teorias ainda mais mirabolantes, como uma hipótese bizarra de que o desenho teria pressagiado os ataques de 11 de Setembro (leia mais abaixo).
Criado pelo cartunista Matt Groening, "Os Simpsons" foi ao ar pela primeira vez nos EUA em 17 de dezembro de 1989, na Fox. Mas a família protagonista nasceu antes, para uma série de curtas de animação, que em 1987 passou a fazer parte do programa "Tracey Ullman Show".
Após três temporadas, o projeto ganhou vida solo, já no horário nobre. Desde então, foram 579 episódios em 27 edições. No Brasil, a série estreou em 1991, na Globo, e já teve passagens também pelo SBT e Band.
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Saiba mais sobre 5 "previsões" feitas por "Os Simpsons"
1. A lesão de Neymar na Copa do Mundo 2014
El Divo é o grande astro brasileiro da Copa do Mundo de 2014, "o maior mestre da falsa lesão que o futebol já conheceu". Alguma semelhança com a realidade?
Em dado momento de uma partida, ele vai para o chão dentro da área, mas Homer, transformado em árbitro do campeonato, não marca o pênalti, considerando que foi tudo fingimento.
O craque sai de campo carregado em uma maca, para não mais voltar à Copa. Detalhe: o jogo em questão era contra a Alemanha, a mesma que goleou o Brasil por 7 a 1 em um duelo sem Neymar, gravemente lesionado no confronto anterior, contra a Colômbia.
2. A lenta dominação do Google
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| Cena do episódio "Feriados de um Futuro Passado" |
Em 2011, quando Lisa admitiu em um episódio futurista que, embora tenha escravizado metade da população mundial, o Google era ainda um excelente sistema de buscas, a empresa já tinha status de gigante da internet.
Ela ainda não dominou o mundo mas, desde o ano em que Larry Page se tornou CEO da companhia, passou a ocupar cada vez mais espaços dentro das telas e também fora delas, com lançamentos em computação vestível.
3. Donald Trump presidente
O ano é 2030 e Lisa acaba de eleger-se a primeira mulher presidente dos Estados Unidos. Mas a tarefa que tem pela frente é árdua: precisa recuperar o país, que ultrapassa uma grave crise econômica, afogado em dívidas e dependente de ajuda externa da Europa e China.
A herança problemática foi deixada pelo magnata Donald Trump, seu antecessor na Casa Branca. Na época, ele já havia demonstrado interesse em disputar o mais alto cargo de Washington.
Hoje, Trump é um dos principais pré-candidatos (e o mais polêmico) republicanos à presidência dos EUA.
4. O autocorretor e seus mal entendidos
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| Cena do episódio "Lisa no gelo" |
Em 1994, o autocorretor de um Newton, da Apple, já provocava mal entendidos para o valentão da escola Dolph. Em uma cena, ao escrever "beat up Martin" ("espancar Martin"), o aparelho o corrigiu para "eat up Martha" ("devorar Martha").
Na época, a tecnologia de correção automática ainda era recém-nascida e nem sonhava em ser implantada em dispositivos móveis. Sua primeira aparição foi em 1993, a partir da criação de um engenheiro da Microsoft para o Word 6.0.
5. O 11 de Setembro
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| Cena do episódio "Nova York contra Homer Simpson" |
A teoria é a mais maluca possível: a imagem acima teria sido premonitória ao mostrar, com a junção do número e da imagem das Torres Gêmeas, a data 9/11 (11 de setembro, no modelo usado nos EUA).
O episódio "Nova York contra Homer Simpson" foi ao ar em 1997. Nele, o personagem viaja à cidade com a família para recuperar seu carro, que foi tomado emprestado por Barney Gumble e abandonado do lado de fora do World Trade Center.
Os edifícios, alvos dos atentados terroristas de 2001, são mostrados várias vezes no decorrer da trama. Por causa das coincidências, o episódio parou de ir ao ar por um tempo após os ataques e depois voltou em uma versão editada.