O cantor Scott Weiland, 48, morreu nesta quinta-feira (4) em Bloomington, no Estado do Minnesota (norte dos Estados Unidos). Segundo relatos, o músico foi encontrado morto no ônibus de turnê de sua atual banda, The Wildabouts. A causa da morte ainda não foi divulgada.
Weiland ficou famoso nos anos 90, em meio à explosão da cena grunge de Nirvana e Pearl Jam, por seu trabalho com a banda Stone Temple Pilots, com quem gravou seis discos entre 1992 e 2010. Também foi integrante de outra banda de sucesso, o supergrupo Velvet Revolver.
Nascido em 27 de outubro de 1967 em San Jose, na Califórnia, ele tinha 19 anos quando conheceu o baixista Robert De Leo. Decidiram montar uma banda, que primeiro chamaram de Mighty Joe Young e, posteriormente, Stone Temple Pilots. No início, o som do STP misturava punk com o rock clássico de Led Zeppelin e Kiss, que Weiland e De Leo adoravam.
Steve C. Mitchell/Efe | ||
O cantor Scott Weiland durante apresentação em maio deste ano |
Quando o Nirvana explodiu, em 1991, o STP acabou incluído no gênero "grunge", junto a bandas de sons tão diferentes quanto Soundgarden, Alice in Chains, Mudhoney e Pearl Jam. Seus dois primeiros discos, "Core" (1992) e "Purple" (1994) tiveram imenso sucesso, especialmente o primeiro, que rendeu os hits "Creep", "Plush" e "Sex Type Thing".
Desde o início da carreira, Weiland sofreu com o vício em drogas, primeiro com cocaína e, depois, com heroína e crack. Passou por inúmeros tratamentos em clínicas e chegou a ser preso. Foi expulso de quase todas as bandas de que participou. Conseguiu a proeza de ser despedido do Velvet Revolver por "comportamento errático". Vale lembrar que o VR era formado por três ex-membros do Guns N' Roses, Slash, Duff McKagan e Matt Sorum, todos frequentadores habituais de clínicas para recuperação de drogados e alcoólatras.
Weiland era considerado um dos melhores cantores de sua geração. No palco, não se mexia muito e evitava a correria intensa de outros cantores, como Eddie Vedder, do Pearl Jam. Mas tinha grande carisma e conseguia comandar plateias imensas. Idolatrava Robert Plant, do Led Zeppelin e, principalmente, Jim Morrison, do The Doors. Chegou a cantar clássicos do Doors com os membros remanescentes da banda. Também venerava David Bowie e seu estilo "camaleônico", e por várias vezes surpreendeu os fãs ao mudar totalmente de visual.
Scott Weiland deixa a esposa, Jamie, e dois filhos adolescentes de outro casamento, Noah e Lucy.
ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor do livro "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas)