O Google lançou na terça-feira (1º) o Performing Arts, uma plataforma digital de artes cênicas com informações e imagens de acervo de cerca de 60 casas de espetáculo do mundo.
Dessas, cinco têm materiais mais detalhados, com tours virtuais e vídeos de peças: o Theatro Municipal de São Paulo, a Opéra National de Paris, o Carnegie Hall, de Nova York, a Royal Shakespeare Company, em Stratford-upon-Avon (Inglaterra), e o Berliner Philharmoniker, em Berlim.
O modelo é semelhante a outros projetos do Google Cultural Institute, braço cultural da empresa de tecnologia americana lançado em 2011 e que reúne, entre outros, visitas virtuais por museus e por obras arte de rua.
São cerca de 900 instituições pelo mundo -em São Paulo, integram o catálogo de artes visuais a Pinacoteca do Estado, o Museu da Imagem e do Som, o Museu Lasar Segall, o Museu do Futebol e o Museu da Língua Portuguesa.
Fundado em 1911, o Theatro Municipal paulistano foi escolhido para a nova plataforma por sua "história e por sua importância cultural", explicam Rodrigo Savazoni, coordenador do projeto de digitalização do Municipal, e Alessandro Germano, chefe de parcerias do Google Brasil.
"É um espaço que precisa estar disponível ao público que não frequenta o teatro e à população de fora de São Paulo", completou Nabil Bonduki, secretário municipal
de Cultura, em evento de lançamento na terça, no teatro.
O projeto na casa começou há cerca de um ano. Com uma câmera que tira 15 fotos a cada 2,5 segundos (similar à utilizada no registro de ruas para o site Google Street View), foram feitas imagens para criar um tour virtual por salas e corredores do teatro -há ainda uma versão narrada, em português e inglês.
Também foi feito um registro, gravado por três câmeras 360º, de um ensaio de "Lohengrin", montagem da ópera de Richard Wagner que foi apresentada em outubro no Municipal. No site, o usuário pode assistir ao vídeo como se estivesse no centro do palco e alternar seu campo de visão utilizando o mouse.
Além disso, a plataforma reúne exposições virtuais do acervo do teatro: imagens de bastidores de espetáculos; cartazes e programas de peças (em especial dos anos 1920, 30 e 40); e fotografias de artistas que passaram pela casa, como um retrato da soprano americana Maria Callas, que se apresentou na temporada lírica do Municipal em 1951.
"Hoje há uma escassez de imagens como essas na internet", afirma Savazoni.
Segundo a empresa, que não divulga o orçamento do projeto, ainda serão digitalizados outros itens do acervo, entre eles arquivos de áudio e vídeo (cerca de 650) e figurinos de espetáculos. Mas não há previsão de quando o novo material entra no ar.
| Ricardo Kleine/Divulgação | ||
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| Interior do Theatro Municipal de São Paulo |