Folha de S. Paulo


Megafestival de música eletrônica EDC chega a São Paulo

Duas corujas gigantes são as guardiãs de 15 canhões prontos para atirar confetes. O palco Kinetic Cathedral pesa 300 toneladas, tem 26 metros de altura e, no seu centro (quase como um pontinho), terá um DJ tocando para uma multidão. A extravagância do EDC (Electric Daisy Festival) chegou ao Brasil.

A edição brasileira do megafestival de música eletrônica ocorrerá no próximo fim de semana (4 e 5) no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, na esteira do sucesso da edição brasileira do rival Tomorrowland que atraiu, segundo a organização, 180 mil pessoas ao Parque Maeda, em Itu, em maio deste ano.

Divulgação
O palco Kinectic Cathedral no festival EDC, em Las Vegas

A estimativa de público dos organizadores do EDC é mais modesta, 90 mil pessoas. O criador do festival, Pasquale Rotella defende sua Disneylândia eletrônica: "Temos palcos gigantescos e uma preocupação em abraçar vários gêneros da música eletrônica".

FUGA DE LOS ANGELES

Quando Rotella, 40, criou sua primeira festa, ela era fechada apenas para amigos. O motivo: escapar dos policiais que sempre fechavam as raves na Los Angeles dos anos 1990.

Hoje, ele comanda um império e, segundo um ranking da revista Billboard publicado este ano, é a terceira pessoa mais poderosa no mercado da dance music –atrás do DJ e produtor Diplo (responsável pelo último disco de Madonna) e de James Barton, chefão da megaprodutora Live Nation, dona do U2.

O título faz sentido. As duas últimas edições do EDC em Las Vegas venderam 400 mil ingressos antes de anunciarem a participação de qualquer artista. Em 2013, a Live Nation comprou metade da produtora de Rotella, a Insomniac, por um preço estimado em US$ 50 milhões (hoje, cerca de R$ 190 milhões).

Apesar das cifras gigantescas, Rotella não nega as origens underground, "o coração da cultura" e a inspiração da empresa no início.

O ecletismo começa na escalação. Do pop-house do DJ Tiësto até as batidas sofisticadas do Art Department, a festa contempla a todos. Nomes estrangeiros como Skrillex e Martin Garrix irão dividir as cabines com os brasileiros Alok e Luciano. "Tentamos colocar nossos ouvidos na cena brasileira", diz Rotella.

Dos 80 DJs escalados,27 são nacionais. Alok, 24, comemora o feito "É a prova de que estamos sendo reconhecidos lá fora" diz o brasiliense que já havia tocado no Tomorrowland. Seu maior hit, "We Are Underground" foi ouvido mais de 1 milhão de vezes no site de streaming Soundcloud.

DJs superstars, porém, não são a maior preocupação do empresário. "O foco do EDC é a experiência do público. Eu estava um pouco perdido antes de ir ao meu primeiro festival, e quando pisei lá isso mudou minha vida para sempre", relembra. "É importante que as pessoas tenham um lugar para se reunir e se conectar."

ELECTRIC DAISY CARNIVAL
QUANDO sex.(4) e sáb. (5), das 18h às 6h
ONDE Autódromo de Interlagos - av. Sen. Teotônio Vilela, 261, Cidade Dutra, tel. (11) 4003-5588
QUANTO R$ 370 a R$ 780 (inteira)
CLASSIFICAÇÃO 18 anos


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