A ação terrorista em Paris na noite de sexta (13), além de deixar a humanidade desolada, também abalou a indústria do entretenimento. Produtores adiaram episódios de série e lançamento de filme devido ao atentado do grupo jihadista Estado Islâmico, cujos ataques deixaram 129 mortos na capital francesa.
O suspense francês "Made in France" é um exemplo de produto audiovisual que teve o cronograma alterado.
O longa de Nicholas Boukhrief narra a história de um jornalista muçulmano francês que investiga o crescente fenômeno de jovens interessados em integrar grupos extremistas. Ele consegue se infiltrar numa célula terrorista e descobre planos de ataque do grupo em solo parisiense.
Durante a manhã de sábado (14), a Régie Autonome des Transports Parisiens, empresa responsável pelo transporte público em Paris, removeu das estações os pôsteres do filme –eles traziam uma montagem feita com a Torre Eiffel e um rifle de assalto.
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| Cena do filme 'Made in France' |
Devido à similaridade entre o enredo do filme e os eventos de sexta-feira –além da polêmica que a narrativa certamente geraria naquele momento–, a distribuidora Pretty Pictures e a produtora Radar Films concordaram em adiar o lançamento, que estava previsto para quarta (18).
A nova data ainda não foi anunciada, mas o adiamento traz uma sensação de déjà-vu: esta é a segunda vez que uma ação terrorista atrasa o lançamento de "Made in France".
Originalmente, ele estava previsto para ir aos cinemas no primeiro semestre deste ano, mas os planos mudaram devido aos ataques ao jornal satírico "Charlie Hebdo", em 7 de janeiro, também em Paris. Na ocasião, a distribuidora do longa, SND Films, abandonou o projeto após a ação extremista em Île-de-France.
HEROÍNA ABATIDA
A série "Supergirl" também sofreu alteração no calendário depois dos ataques de 13 de novembro. A rede norte-americana CBS substituiu o quarto episódio –com exibição nos EUA prevista para segunda (16)– pelo quinto.
O quarto episódio –"How Does She Do It?"– traz a heroína Kara Danvers (Melissa Benoist) em ação para proteger a cidade fictícia National City de uma série de ataques com bombas.
O capítulo substituto –"Livewire"–, por sua vez, narra a relação de Kara com a mãe.
No Brasil, o seriado é exibido às quartas, às 22h30, pelo canal pago Warner. Os episódios chegam aqui dez dias depois de ir ao ar lá. Com a mudança na programação norte-americana, o calendário brasileiro também sofreu alteração. No dia 25/11, os telespectadores assistirão ao quinto episódio.
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| Cena do filme 'Made in France' |
MULHERES NO EI
O mesmo aconteceu com "Defectors", oitavo episódio da série de investigação criminal "NCIS: Los Angeles". O capítulo que deveria ir ao ar na segunda (16) nos EUA abordaria o recrutamento de mulheres pelo Estado Islâmico.
Em seu lugar, foi exibido "The Long Goodbye", episódio sobre a busca por uma mulher desaparecida que havia pedido asilo aos EUA.
No Brasil, "NCIS: Los Angeles" é exibido pelo canal A&E aos sábados, às 20h. Como aqui o programa está na sexta temporada, uma atrás dos Estados Unidos, não haverá impacto na programação.
De acordo com a assessoria de imprensa do canal, a sétima temporada vai estrear no Brasil em 2016 e não necessariamente terá o episódio "Defectors" cancelado.
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FICÇÃO E REALIDADE Exibições afetadas por violência fora da tela
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| Rami Malek como o protagonista da série "Mr. Robot" |
O final da primeira temporada de "Mr. Robot", com cena de suicídio ao vivo, foi adiado após uma repórter e um câmera serem mortos no ar
"Efeito Colateral" atrasou o lançamento em meses após o 11/9. No filme, terroristas explodem uma bomba em prédio de Los Angeles
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| James Franco e Seth Rogen em cena do filme "A Entrevista" (2014) |
A estreia de "A Entrevista" foi cancelada nos EUA após ameaças da Coreia do Norte –americanos planejam matar o ditador do país nesse filme
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| A atriz Sarah Michelle Gellar na época de "Buffy, a Caça-Vampiros" |
A série "Buffy, A Caça-Vampiros" teve episódio sobre armas na escola postergado após o massacre de Columbine, em 1999