Folha de S. Paulo


Gig Couture rejuvenesce tricô com matelassês e jaquetas na SPFW

Se engana quem pensa que trabalhar com um só material ou técnica limita uma marca. Prova disso é a Gig Couture, de Gina Guerra, que desfilou uma coleção de inverno 2016 em que reinventa o tricô —mais uma vez— nesta edição da São Paulo Fashion Week.

As inspirações —o decorativismo do art déco e o artista francês Adrien Jacques Garcelon— pouco importam aqui. Isso porque quando se trata de causar desejo, essa é a melhor coleção desfilada pela marca até agora. A Gig aperfeiçoou a técnica do tricô e trouxe algo totalmente fora do esperado quando se trata do tecido.

Em suas máquinas, algumas das mais tecnológicas do mercado, ela criou texturas em matelassê para maxicoletes e moletons afastados do corpo, alguns com mangas arredondadas, outros encurtados. Os casacos tipo bomber eram combinados com saias de corte goemétrico e detalhes de babados, mas nada muito óbvio ou feminino demais. "A Gig sempre foi muito feminina, mas eu também sempre penso em uma mulher descolada, urbana", conta a estilista.

Seguindo a tendência vintage geek da temporada internacional, a marca traz uma cartela de cores terrosos como vinho e amarelo, pontuados por tons mais fortes como azul e rosa queimado, com styling primoroso de Daniel Ueda. Estampas de pássaros em fios e outras mais geométricas decoram shorts e saias clochards —outro ponto alto na manipulação do tricô—, calças culote e peças com efeito canelada com detalhes em luréx, tudo misturado fio a fio no maquinário.

Para esta temporada a marca apresenta sua primeira coleção masculina. "Antes de lançar a Gig eu já criava para homens, mas essa é a estreia do homem da marca, que é cool e não se preocupa em agradar certos padrões", explica Gina no backstage.

A apresentação ainda contou com uma parceria com a Lool, de Luiza Setubal, com brincos, colares, bolsinhas e cintos de acrilico que dão ainda mais textura aos looks.


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