Folha de S. Paulo


Documentário chinês sobre minas de carvão embola disputa em Veneza

Penúltimo dos títulos exibidos durante a mostra competitiva do Festival de Cinema de Veneza, o documentário franco-chinês "Beixi Moshuo (Behemoth"), de Zhaon Liang, embolou a disputa pelo Leão de Ouro, que será concedido na noite deste sábado (12).

O filme é o título mais elogiado pela imprensa local e estrangeira dentre os 21 concorrentes da mostra. Superou os bem cotados "Francofonia", do russo Aleksandr Sokurov, e "Sangue del Mio Sangue", de Marco Bellocchio.

O documentário registra o cotidiano de trabalhadores em minas de carvão do país asiático. Captura, com imagens impressionantes, a jornada extenuante e perigosa em soldas e os riscos a que eles estão expostos. Focando os rostos sem expressão desses operários, o diretor descreve a mancha em suas caras como "maquiagem tatuada".

Tudo no filme, das imagens espetaculares do cotidiano fabril ao ensurdecedor barulho das explosões das minas, beira o terrível, o grandioso.

Até por isso, o título do filme faz referência a Belzebu, o monstruoso demônio da Bíblia, e é dessa forma, com uma narração que faz referências à "Divina Comédia", que Zhao conduz o longa.

Caso "Behemoth" ganhe o maior prêmio da mostra, repetirá o feito de "Sacro Gra", de Gianfranco Rosi, primeiro documentário a ganhar o Leão de Ouro.

O júri deste ano é presidido pelo mexicano Alfonso Cuarón, ganhador do Oscar de melhor direção por "Gravidade".


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