Folha de S. Paulo


Em comédia, Dani Calabresa vive repórter que inventa 'serial killer'

A ex-"Furo MTV", ex-"CQC" (Band) e atual "Zorra" (Globo) Dani Calabresa, 33, inventou um provérbio para descrever o clima de UFC nos bastidores da televisão: "Quem tá vivo é xingado, e quem morre ganha homenagem".

Vivíssima, ela encarna Hortência em "A Esperança É a Última que Morre". Repórter que sonha em virar âncora de telejornal, a protagonista desta estreia na ficção de Calvito Leal (do documentário "Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei") bola um jeito para bater Vanessa (Katiuscia Canoro), uma concorrente cheia de si.

Com ajuda de dois funcionários do IML (Instituto Médico Legal), interpretados por Danton Mello e Rodrigo Sant'Anna, ela então inventa o "assassino dos provérbios".

Divulgação
Dani Calabresa, Danton Mello e Felipe Sant'Anna no filme
Dani Calabresa no filme "A Esperança é a ultima que Morre"

Para tanto, o trio manipula corpos de quem morreu de causas naturais para que pareçam vítimas de um serial killer afeito a recriar axiomas com seus crimes –caso da obesa estufada com milho ilustrando como "de grão em grão a galinha enche o papo".

Atacada por uma sinusite na semana passada, ela conta à Folha por e-mail que até empatiza com Hortência no começo, "uma jornalista de verdade, mas cansada de se sentir injustiçada com pautas fracas" (como a cobertura do 5º Festival de Biscoitos).

Calabresa se diz "uma goiaba" que nunca fez "nada antiético pra conseguir alguma coisa". Não aprova, portanto, o comportamento de Hortência. "Mas me diverti fazendo uma personagem com essa curva dramática, no início boazinha e que, no meio do filme, sustenta tantas mentiras que a gente fica sem saber se na verdade ela vira vilã."

Em 2014, a humorista viu um drama da vida real se desenrolar em matérias sensacionalistas quando o marido, Marcelo Adnet, foi fotografado beijando outra menina.

Ela, que perdoou o companheiro e gravou seu número como "Amor Mumuxo" no celular, diz que foi com Adnet encontrar o diretor quando surgiu o convite para rodar "A Esperança...", em 2010. "Saímos de lá encantados com a ideia. Calvito gosta das mesmas referências que a gente, como 'How I Met Your Mother', 'Family Guy' e Jim Carrey."

É a segunda comédia seguida em que contracena com Danton Mello. Em "Superpai", do começo do ano, é Júlia, "piranha aposentada" e ex-colega de faculdade do protagonista. "Já era fã do Danton, tenho até hoje uma fita K7 de 'Malhação' com foto dele na capa. Não sei quantos anos ele tem, mas parece um menino pra sempre." Ele fez 40 em maio.

Só em 2015, Dani emplacará três produções, somando a inédita "Desculpa o Transtorno", em que o colunista da Folha Gregorio Duvivier é um homem com dupla personalidade: ora um certinho paulistano, ora um fanfarrão carioca.

Ela rebate essa ideia de que a comédia é o "fast-food" do cinema brasileiro, sem grandes valores nutricionais para o cérebro. Mesmo na TV, diz, "tem público pra tudo".

"Há episódios do 'Zorra' com esquetes irônicas, outras mais debochadas. Você pode não rir de todas, mas vai se identificar com alguma", diz Dani, cujo provérbio predileto é o que titula o filme: "A esperança é a última que morre".


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