Um dos volumes mais brasileiros da Coleção Folha Moda de A a Z será lançado no próximo domingo (6). Quatro marcas de três Estados estão representadas no livro, e a sensibilidade para decodificar traços da cultura local é o fio que une suas trajetórias.
A mineira Patricia Bonaldi, o baiano Vitorino Campos e as cariocas Isabela Capeto e Blue Man representam as facetas que a moda brasileira assumiu a partir dos anos 1970, da roupa de festa cheia de brocados aos minibiquínis desfilados na praia.
O mais revolucionário do quarteto foi David Azulay (1953-2009), fundador da Blue Man e grande entusiasta da moda praia descomplicada, sem as firulas dos recortes geométricos que são sensação em balneários chiques.
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Maiô tropical da grife Blue Man |
Ele colocou a iconografia brasileira –araras, paisagens exóticas e o mar– em suas peças, uma ode ao país que conquista pelo bom gosto com o qual são entrelaçadas as estampas.
O espírito nacionalista também está na obra de Bonaldi e Capeto. A primeira, uma das mais bem-sucedidas empresárias de moda do país e dona de um grupo de marcas focado em estilistas autorais, abraçou a identidade do "handmade" para construir roupas de inspiração barroca e silhueta sexy.
Numa complicada equação de bordados, aplicações de pedras e olhar para o corpo feminino, sua roupa consegue transitar pela festa e pelo jantar de família.
Trabalho manual também é a praia de Isabela Capeto. O "patchwork", as estampas, os tecidos descolados do corpo e a riqueza de elementos saltam de suas roupas de aspecto vintage.
Elementos que Vitorino Campos usa com parcimônia, numa busca constante pelo minimalismo sexy que é marca de sua grife homônima. Mais promissor da nova geração dos estilistas brasileiros, aos 26 anos ele é diretor criativo de umas das etiquetas mais ricas do país, a Animale.