Criador do festival de documentários É Tudo Verdade, Amir Labaki se volta agora a 13 diretores brasileiros com uma indagação: "Afinal, o que é um documentário?".
A pergunta serve como base para o programa de entrevistas "Cineastas do Real", que estreia nesta quarta-feira (12) no Canal Brasil.
"Pouquíssimos arriscam uma definição mais fechada. Acho que de todos os entrevistados, apenas o João Moreira Salles tem uma", diz o apresentador à Folha.
Para Salles, que fez filmes sobre o pianista Nelson Freire, a campanha de Lula em 2002 e até sobre Santiago, mordomo da família, "é documentário todo filme que o diretor tiver uma responsabilidade ética com seu personagem", reproduz Labaki.
O gênero, diz, "é talvez o grande campo de experimentação do cinema contemporâneo, por isso é tão difícil defini-lo". Na busca por uma definição, Labaki esmiúça o trabalho de um documentarista por episódio, entrevistando-o em um cenário minimalista, formado por duas poltronas brancas e um fundo negro.
Para a escolha dos convidados, o apresentador diz ter procurado atender a três aspectos: arco histórico (do veterano Vladimir Carvalho a Roberto Berliner), diversidade regional (do amazonense Aurélio Michiles à carioca Helena Solberg) e variedade de estilo (do biográfico Silvio Tendler ao experimental Carlos Adriano).
A série abre com Carvalho, que estreou em 1959 como assistente de direção no clássico "Aruanda" e mais tarde apoiou Eduardo Coutinho (1933-2014) em "Cabra Marcado para Morrer" (1984).
"A trajetória de Carvalho se coincide com a do documentário moderno brasileiro", diz Labaki. De quebra, a estreia é também uma homenagem ao diretor, que completou 80 anos em janeiro.
CINEASTAS DO REAL
QUANDO quartas, às 23h30 (reprise sáb., às 16h30 e ter., às 12h30
ONDE Canal Brasil
CLASSIFICAÇÃO livre