Folha de S. Paulo


Telespectadores do 'Viola' protestam na porta da TV Cultura

"A TV Cultura não pode acabar! Eu até gosto do SBT, a TV mais feliz do Brasil, mas tem horas que não passa outra coisa para a gente na TV a não ser na Cultura", dizia a tecelã aposentada Carmelita da Conceição, 68 anos, na manhã de segunda-feira (10).

De vestido florido alaranjado e lenço roxo na cabeça, ela participava da caravana de fãs do programa "Viola Minha Viola" que foi protestar diante dos portões da Fundação Padre Anchieta, em SP.

Fábio Vieira/Código19/Folhapress
Funcionários da TV Cultura, sindicatos dos jornalistas e radialistas e diversos artistas populares fazem ato na tarde da última segunda-feira (11) em frente a sede da emissora
Funcionários da TV Cultura, sindicatos dos jornalistas e radialistas e diversos artistas populares fazem ato na tarde da última segunda-feira (11) em frente a sede da emissora

Convidada pelo Sindicato dos Radialistas, que promoveu o ato contra as demissões na emissora com funcionários e ex-funcionários, ela saiu de sua casa, em Mauá (Grande SP), para tentar impedir o fim do programa –viu as gravações dos últimos cinco anos: "Já deixei de ir no Silvio Santos, mas na Inezita, nunca".

Entre os manifestantes –que, em dado momento, dançaram moda de viola em duplas–, estava Santo Portela, 86, que assistiu às gravações de todas as 1.500 edições do "Viola" ao longo de 35 anos.

Pouco depois de os trabalhadores lerem em voz alta uma carta dirigida ao Conselho da TV Cultura, o microfone passou às mãos de uma fã de Inezita. Com uma rosa artificial vermelha presa nos cabelos grisalhos, ela dizia até gostar de outros programas, mas pedia "pelo amor de Deus" que não deixassem o "Viola" acabar.


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