Folha de S. Paulo


Festival de Veneza exibe menos filmes da Ásia e mais obras latinas

Um Eddie Redmayne de vestido e salto alto e um Johnny Depp calvo e grisalho irão se trombar entre 2 e 12 de setembro, na 72ª edição do Festival de Cinema de Veneza, mais antiga mostra do gênero no mundo e uma das três mais importantes, ao lado de Cannes e Berlim. A programação foi anunciada na quarta (29).

"The Danish Girl", de Tom Hooper, sobre um dos primeiros homens (Redmayne) a passar por uma cirurgia de mudança de sexo, é um dos 21 longas que disputam o Leão de Ouro. Competem com ele "Francofonia", do russo Aleksandr Sokurov, que já ganhou o prêmio por "Fausto" (2011), o drama psicológico "A Bigger Splash", protagonizado por Tilda Swinton, e o stop-motion "Anomalisa", de Duke Johnson e Charlie Kaufman.

Conhecido como uma grande vitrine do cinema asiático (já exibiu Jafar Panahi, Zhang Yimou, Tsai Ming-Liang, entre outros), o festival contará com apenas três coproduções do continente na competição: o franco-chinês "Behemoth", de Zhao Liang, o franco-israelense "Rabin, The Last Day", de Amos Gitai, e "Frenzy", de Emin Alper, parceria entre França, Turquia e Qatar. No ano passado, foram seis coproduções asiáticas na sessão.

Ausentes em 2014, há neste ano dois competidores latino-americanos: a coprodução mexico-venezuelana "Desde Alla", de Lorenzo Vigas, e "El Clan", do argentino Pablo Trapero ("Elefante Branco").

Fora da competição, o filme "Aliança do Crime", de Scott Cooper, faz sua estreia tendo Johnny Depp no papel de um gângster de Boston.

O Brasil é representado pelo curta paranaense "Tarântula", de Aly Muritiba e Marja Calafanje, além de dois longas em mostra paralela: "Boi Neon", drama do pernambucano Gabriel Mascaro ("Ventos de Agosto") ambientado no interior do país, e "Mate-me Por Favor", longa de estreia da carioca Anita Rocha da Silveira.

"Mate-me" flerta com o terror e o humor negro numa trama sobre como adolescentes reagem a uma série de assassinatos de mulheres no Rio. "Passar em Veneza é um sonho", diz Anita à Folha. "O filme ganha mais chances de ser vendido a outros países."


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