Folha de S. Paulo


Em 2005, humorista Bill Cosby admitiu a tribunal ter sedado mulher

O humorista Bill Cosby admitiu, em 2005, ter obtido quaaludes (remédios sedativos) com a intenção de dá-los a jovens mulheres com quem queria ter relações sexuais e ter dado a droga a pelo menos uma mulher.

A declaração está em documentos obtidos nesta segunda-feira (6) e divulgados pela Associated Press.

A agência de notícias foi à Justiça americana pedir acesso ao testemunho de Andrea Constand, ex-funcionária da Universidade de Temple (Filadélfia), realizado em um tribunal da Pensilvânia em 2005. Foi o primeiro de uma série de processos de abuso sexual contra o artista.

Em seu testemunho em 2005, Cosby disse ter conseguido sete receitas de quaaludes nos anos 1970. A advogada de Constand então questionou se o artista havia guardado os medicamentos até os anos 1990 (quando a droga já havia sido banida), mas ouviu uma resposta negativa do advogado de Cosby.

O humorista afirmou que deu a Constand outra droga, mas outras duas testemunhas disseram ter certeza que se tratavam de quaaludes.

Cosby e Constand entraram em um acordo em 2006.

O artista, porém, tentou barrar o acesso da Associated Press aos documentos. Seus advogados alegaram que a divulgação seria embaraçosa a Cosby, revelando detalhes de seu casamento, de sua vida sexual e de uso de drogas.

Cosby, 77, já foi acusado de má conduta sexual por quase 30 mulheres. Muitas alegam terem sido drogadas e estupradas por ele em incidentes nos anos 1970 e 1980.

O artista ainda enfrenta um processo de difamação no tribunal de Massachusetts: três mulheres dizem terem sido ofendidas após acusarem Cosby de assédio sexual e ouvirem de seus agentes que as alegações não eram verdadeiras.

Em dezembro de 2014, Cosby renunciou ao conselho da Universidade de Temple, onde era um rosto popular, tendo participado de anúncios, campanhas de arrecadação de fundos e discursos.


Endereço da página: