Folha de S. Paulo


Maior feira de moda masculina exibe, na Itália, como grifes e homens interpretam as tendências

Nova galinha dos ovos de ouro das grifes de luxo, a moda masculina cresceu 4,5% em 2014, enquanto o mercado para mulheres, que sempre foi o mais importante para as marcas, 3,7%. E é em Florença, na Itália, onde os dados da consultoria Euromonitor International, referência em pesquisas para a indústria da moda, ultrapassam a mera especulação.

A maior feira de artigos masculino do mundo, a Pitti Uomo, encerrou neste mês sua 88ª edição na cidade, com a visita de mais de 20.000 compradores de multimarcas, a maioria delas asiáticas e europeias, dispostos a levar para o varejo de moda as tendências vistas nas passarelas de Londres, Milão e Paris.

A alfaiataria, base do guarda-roupa masculino, ainda é o carro-chefe das grifes que apresentam suas apostas ali, mas a tríade calça, camisa e paletó ganhou texturas em tricô, padrões xadrez e listras coloridas para um guarda-roupa menos sóbrio que o de temporadas passadas.

Grifes tradicionais e pouco conhecidas no Brasil, como as italianas Lardini e Tagliatore, exibiram combinações até pouco tempo restritas à passarela, como bermuda verde-limão e blazer cinza com acessórios quadriculados.

A máxima da moda masculina para o verão 2016 é combinar acessórios sem medo de parecer fantasiado para um Carnaval fora de época.

Lenço, chapéu panamá, óculos escuros, camisas de estampas berrantes e bolsas grandes compunham os looks dos convidados, fashionistas ou não, que transitaram pela feira.

Mas, mesmo nessa corrente "over", as marcas entendem que o conforto ainda é primordial para as vendas no mercado masculino e não abriram mão da tecnologia têxtil.

Bom exemplo é a grife Tombolini, que exibiu um tecido intitulado "zero gravity" (gravidade zero), que promete não ser sentido no corpo de quem o usa.

ANDROGINIA PRÁTICA

Essa edição da Pitti Uomo também apontou como as marcas de moda fora do circuito das passarelas traduzem na prática a vertente andrógina que vem ganhando força nos EUA e na Europa.

Enquanto para as mulheres um terninho já justifica esse visual ambíguo, para os homens as grifes implementam ponchos, silhuetas mais ajustadas e camisas compridas para simular, ainda que timidamente, o look "sem gênero".

A marca inglesa VarCity foi uma das mais procuradas dentro desse bojo, ao apresentar uma simples coleção de jaquetas e camisas de cores sóbrias e cortes assimétricos construídas com uma mistura de neoprene e couro.

O jornalista PEDRO DINIZ viajou a convite da feira de moda Pitti Uomo


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