Folha de S. Paulo


Rappers se manifestam contra a redução da maioridade penal

"Eu sou contra a redução da maioridade penal. Se voltar 15 anos, eu também estava nessa mesma situação. E eu ainda sou esse quadro que a polícia considera suspeito", disse o rapper Rico Dalasam à Folha.

"Isso afeta a autoestima das pessoas de onde eu venho e impede que elas frequentem essa parte da cidade."

Principal atração do palco Leôncio de Carvalho, perto da avenida Paulista, Rico Dalasam, alter ego de Jefferson Ricardo da Silva, 25, abriu o "fervo", como chamou seu show no Dia da Música, com o hit "Não Posso Esperar", às 15:15 deste domingo (21).

O rapper apresentou músicas de seu primeiro álbum, "Modo Diverso", para mais de 200 pessoas. "Tá esquentando, antes tinham umas nove pessoas", riu o cantor, quando o público começou a se aproximar.

Com a convidada Karol de Souza, Rico cantou "No Caminho do Bem", single da rapper curitibana, e "Aceite-C".

"Adolescente de 16 anos tem que beijar na boca, e não parar na cadeia. Contra a redução da maioridade penal", disse Karol, entre uma música e outra.

No repertório, o rapper cantou sua versão de "A Fórmula Mágica da Paz", composição dos Racionais Mc's. "Ela é de 1997, mas parece que é de hoje, né?"

Morador de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, negro e homossexual assumido, Dalasam ficou conhecido por suas letras autobiográficas.

Até a manhã deste domingo (21), um evento no Facebook reunia 545 fãs confirmados para sua apresentação na Virada Cultural, mas apenas metade do número esperado compareceu.

"A gente tá cantando no mesmo horário que o Emicida, então qualquer cem pessoas que vêm já é uma vitória, [mostra que] o som tá chegando pra todo mundo", disse o rapper, antes de pedir para a plateia se agrupar para uma foto.


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