Folha de S. Paulo


Veja como o filme 'Montage of Heck' traduz o universo de Kurt Cobain

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Ao som de "All Apologies", do Nirvana -rearranjada para parecer uma canção de ninar–, um garotinho loiro e agitado desembrulha presentes de Natal. "Eu sou Kurt Cobain", diz ele nas filmagens caseiras, feitas em Super-8.

O documentário "Kurt Cobain: Montage of Heck", de Brett Morgen, perpassa a vida conturbada do músico mais influente do rock das últimas décadas, desde o seu nascimento, numa cidadezinha no Estado de Washington, até poucos meses antes do seu suicídio, aos 27, em 1994.

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Cena do filme
Cena do filme "Kurt Cobain: Montage of Heck"

O filme, que fez barulho nos últimos festivais SXSW e Sundance, terá exibições especiais nas salas do Cinemark entre os dias 18 e 23.

Para realizar o que chama de "viagem imersiva pela vida de Kurt", o diretor teve acesso privilegiado a desenhos, anotações, filmagens, fotos e diários gravados por Cobain, que eram mantidos num depósito. Boa parte do material é inédita.

"Desde o momento em que ele surgiu, houve sempre uma obsessão cultural absoluta com Kurt", afirma Morgen. "Mas ele teve uma interação muito limitada com a mídia durante sua vida. Criou-se uma mitologia sobre ele."

Parte do filme é narrada pelo próprio Cobain por meio de gravações que ele deixou.

Estão lá as impressões sobre sua família disfuncional, a adolescência introvertida, as drogas, a paternidade e, claro, a ascensão à fama com o Nirvana, o que só contribuiu para bagunçar uma vida que já era bastante tumultuada.

BIOGRAFIA AUTORIZADA
Courtney Love, viúva de Cobain, se encantou com o documentário "O Show Não Pode Parar" (2002), de Brett Morgen, e convidou o diretor a explorar o depósito onde mantinha cartas, desenhos, fitas e vídeos do fundador do Nirvana

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Courtney Love e Kurt Cobain em cena do documentário
Courtney Love e Kurt Cobain em cena do documentário "Montage of Heck"

GÊNIO PRECOCE
Em imagens feitas pelos pais, Cobain aparece brincando com uma guitarra aos três anos de idade; numa gravação inédita, ele toca, já adulto, uma versão de "And I Love Her", dos Beatles.

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Kurt, ainda garoto, toca guitarra em imagem que aparece no documentário sobre sua vida
Kurt, ainda garoto, toca guitarra em imagem que aparece no documentário sobre sua vida

KURT NO BRASIL
Em 1993, o Nirvana fez os dois maiores shows de sua história no Brasil (público superior a 100 mil pessoas) – um no estádio do Morumbi, em SP, e outro no Rio: há imagens deste último no filme, quando Cobain tentou mostrar as partes íntimas para a câmera da Globo que transmitia o show

MOMENTO ANIMADO
Há no filme mais de 30 minutos de animação, resultantes da manipulação de alguns dos desenhos feitos por Cobain em seus cadernos

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Cena feita a partir de desenhos de Kurt Cobain
Cena feita a partir de desenhos de Kurt Cobain

...E NEM TÃO ANIMADO
O filme traz depoimento de Cobain sobre sua primeira tentativa de suicídio, após ser caçoado pelos colegas por ter tentado transar com uma garota com problemas mentais.

HEROÍNA
Courtney Love diz no filme: "Eu já tinha usado heroína e conseguido parar, mas ainda amava a droga. E Kurt tinha uma fantasia: ' Vou ganhar três milhões de dólares e virar um junkie (viciado)". O filme traz imagens de Cobain sob efeito da droga, mal capaz de carregar a filha

NIRVANA PARA CRIANÇAS
O compositor Jeff Danna adaptou canções do Nirvana como "All Apologies" e "Lithium" usando instrumentos que soam infantis (marimba, vibrafone) para usá-las nos trechos sobre os primeiros anos de Cobain

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Kurt e Frances Cobain em imagem presente no documentário de Bret Morgen, sobre o líder do Nirvana
Kurt e Frances Cobain em imagem presente no documentário de Bret Morgen, sobre o líder do Nirvana

DUAS HORAS COM MEU PAI
Frances Bean, filha de Cobain e Love, não tinha nem dois anos quando o pai se suicidou. Depois de ver o filme, o diretor conta que ela lhe disse: "Você me deu as duas horas com meu pai que eu nunca tive"


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