Folha de S. Paulo


'Estou velho, mas não obsoleto', diz Exterminador do Futuro em 5º filme

Arnold Schwarzenegger já teve três vidas: como fisiculturista, ator de Hollywood e político. Se pudesse ter uma quarta, escolheria ser um astro de rock.

"Sempre achei que seria legal ser o Mick Jagger, que, aos 70 anos de idade, pula no palco, dança, e leva as pessoas à loucura. Poder alegrar as pessoas por tantos anos, se apresentar e cantar tão bem. Tenho muita admiração por isso".

Aos 67, Schwarzenegger também espera animar o público como fazia quando era mais jovem. Ele está de volta à franquia "Terminator" com o quinto filme série, "O Exterminador do Futuro: Gênesis", que tem lançamento nacional previsto para 2 de julho.

O ator está no Rio para participar da terceira edição da Arnold Classic Brasil, mistura de feira de negócios nas áreas de nutrição esportiva e equipamentos de fitness, e aproveitou para promover o novo filme. Cerca de 20 minutos de "Gênesis" foram exibidos à imprensa no último domingo (31) e foi realizada uma coletiva de imprensa nesta segunda (1º).

Schwarzenegger fez os três primeiros filmes da franquia "Exterminador" e apenas uma ponta no quarto da série, "O Exterminador do Futuro: A Salvação", filmado na época em que ele era governador do Estado da Califórnia (2003-2011). "Não é o meu Exterminador favorito", disse, diplomático, sobre esse último.

O que o motivou a aceitar o papel desta vez foi a oportunidade de voltar à franquia. "Eu gosto de fazer todo tipo de filme. Mas tem alguns que as pessoas amam mais. Se apaixonam. 'Exterminador' é um deles. E eu nasci para esse papel", disse o ator.

"O Exterminador do Futuro: Gênesis" recria a premissa do filme original, de 1984, dirigido por James Cameron, mas altera as circunstâncias, criando situações bem diferentes.

Assim como no primeiro, o líder dos humanos na guerra contra as máquinas, John Connor (Jason Clarke, o Dan de "A Hora Mais Escura"), manda o soldado Kyle Reese (Jai Courtney) de volta ao ano de 1984 para salvar sua mãe, Sarah Connor (Emilia Clarke, a Daenerys Targaryen da série "Game of Thrones"), e garantir que ele, John, possa nascer. Mas, desta vez, Sarah não precisa de proteção. Seu protetor é o próprio Exterminador, Schwarzenegger, cuja missão foi protegê-la desde a infância. O vilão agora é outro: uma versão ciborgue do próprio John Connor.

Na coletiva onde apresentou o filme à imprensa, Schwarzenegger falou sobre as diferenças de fazer um papel aos 37, idade que tinha quando fez o primeiro filme da série, em 1984, e aos 67. "Nada mudou. O esqueleto do Exterminador é o mesmo de sempre. O que envelheceu foi o tecido humano que cobre o esqueleto. Então eu tive que garantir que estaria em forma. Malhava duas vezes por dia", diz o ator.

Numa das cenas que foram exibidas à imprensa, o exterminador diz duas vezes: "Estou velho, mas não sou obsoleto".

Schwarzenegger comparou o trabalho no set em 1984 e em 2015. "É muito difícil filmar com uma tela verde. Numa cena do filme, seguro um ônibus que está prestes a cair de uma ponte com uma mão. Mas na verdade ali só tem uma tela verde e um bando de gente andando em volta. Você tem que ser bom de fantasia."

O ator diz que não teve dificuldade de se readaptar ao comportamento de um ciborgue. "Voltar a um personagem é como andar de bicicleta. Não importa quanto tempo você passe longe dele, quando recomeça, tudo volta à memória."

O maior desafio, diz ele, foi se habituar a não piscar enquanto atira: "Um robô não pisca, não se assusta com o barulho e a faísca. A Sarah pode piscar porque ela é humana, mas eu não", explica.


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