Folha de S. Paulo


CRÍTICA

Drama pueril, 'Terremoto' diverte pelo realismo dos efeitos

Se depender do impacto causado pelas imagens de "Terremoto: A Falha de San Andreas", de Brad Peyton, o cinema catástrofe voltará com tudo nas próximas temporadas. Tudo culpa da tremenda evolução dos efeitos especiais.

Frágil em diversos aspectos, o filme impressiona pelo realismo das cenas trágicas.

Carros e até navios são jogados contra pontes, prédios tombam em efeito dominó, ondas gigantescas arrastam o que tem pela frente. Tudo é construído fielmente pela tecnologia. Parece que vemos um noticiário de TV.

Divulgação
Créditos: Divulgação Legenda: Cena do filme
Cena do filme "Terremoto: A Falha de San Andreas"

Mas se a tragédia é mostrada de maneira impressionante, sobretudo porque é grande a possibilidade de acontecer mesmo um grande terremoto na Califórnia (o tal do "Big One"), o drama é pueril, e a sucessão de acontecimentos responde à lógica do quanto mais previsível melhor.

Ray (Dwayne Johnson) é um bombeiro separado da mulher, Emma (Carla Gugino, cada vez mais bela), a quem ele ainda ama (o que é compreensível), e de sua filha, Blake (Alexandra Daddario).

Emma está prestes a se juntar com um arquiteto milionário e inescrupuloso, Daniel Riddick (Ioan Gruffudd), para a tristeza de Blake, que torce pela reconciliação dos pais.

Em paralelo, Lawrence (Paul Giamatti, uma escolha igualmente previsível), um cientista especialista em abalos sísmicos, prevê o tamanho da catástrofe e faz de tudo para alertar a população.

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Créditos: Divulgação Legenda: Cena do filme
Cena do filme "Terremoto: A Falha de San Andreas"

DR NA CATÁSTROFE

O drama dos personagens torna-se mais frágil porque, diante de toda a catástrofe, Ray e Emma, em Los Angeles, conversam serenamente, dão risadas e encontram tempo para pensar na relação enquanto a filha espera pela ajuda deles em San Francisco.

É necessário vencer um terremoto de proporções inéditas para que as relações (e as cidades) possam ser reconstruídas. Sempre com a bandeira americana a incentivá-los.

Não estrago aqui a experiência de ver o filme. O espectador adivinha tudo o que irá acontecer com pouco mais de meia hora de projeção.

Resta a ele se divertir com os efeitos especiais, o que é pouco, mas dada a qualidade desses efeitos, convém não subestimar seus poderes.

Terremoto

TERREMOTO: A FALHA DE SAN ANDREAS
(San Andreas)
DIREÇÃO Brad Peyton
ELENCO Dwayne Johnson, Carla Gugino
PRODUÇÃO EUA, 2015, 10 anos
QUANDO estreia nesta quinta (28)
AVALIAÇÃO regular


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